Mataram a Rainha! é o primeiro volume de um díptico intitulado “A Época dos Venenos”, escrito por Charlotte Benzoni. Trata-se de um romance histórico cuja trama decorre durante o reinado de Luís XIV de França. Aqui encontramos o mote para a história, a nossa heroína, Charlotte de Fontenac, uma noviça fugida do convento que se torna aia real. Através dela percorremos os labirintos dos palácios e residências reais da época, respirando toda a aura de mistério, pompa, sumptuosidade e luxo em seu redor; será neste cenário que descobrimos as três mulheres mais influentes da corte, a rainha Maria-Teresa, e as amantes do rei, Françoise d’Aubigné, a madame de Maintenon e Françoise Athenais, madame de Montespan, bem como uma figura menos conhecida, mas central, monsieur de la Reynie, através de quem seguimos os episódios de envenenamento.
A acção desenrola-se a partir do momento em que a jovem Charlotte foge do convento quando sabe que será permanentemente lá enclausurada pela madrasta, e procura protecção junto de sua tia, madame de Brécourt, que através das suas influências a coloca ao serviço, no Palácio Real, de Marie Louise, a jovem princesa de Orleães e sobrinha do rei. Aqui encontramos descrições pormenorizadas e bem documentadas da vida quer na opulenta e excessiva corte do Rei-Sol, e o mais ascético e sombrio mundo da corte espanhola de Carlos II. Observamos pelos olhos de Charlotte as impressões destes dois mundos, a oposição entre a severidade e o, hedonismo, deparamo-nos com as impressões dos horrendos espectáculos de autos-de-fé pela Inquisição em Espanha, e depois catapultados para mundo sub-reptício de sedução e ameaças veladas (e não tão veladas), rivalidades, conspirações da corte francesa para onde se vê reconduzida, e é aqui que a trama ganha fôlego.
Trata-se de uma obra de sucesso que explora o capítulo final de um episódio tirado das páginas da história de França conhecido como "O Caso dos Venenos" ocorrido entre 1670 e 1682 (embora a nossa história inicia-se precisamente em Março de 1679), e que abalou todos os patamares da sociedade contemporânea, desde o povo à alta aristocracia parisiense, passando pela própria Corte.
Pelo punho, e pela investigação da autora obtemos um retrato meticuloso de um amplo leque de personagens históricas, algumas delas já referidas, mas não é possível não destacar Philippe, (irmão do rei, mais conhecido por le monsieur) Elizabeth Charlotte, a princesa palatina, Marie Thérese, a rainha, Jean-Baptiste Colbert, ministro das finanças e administrador-geral do reino, as mencionadas amantes reais, madame de Montespan e madame de Maintenon, (uma das quais detesta Charlotte, e a outra quer torná-la na sua nova protegida) e claro, o próprio Luís XIV. Aqui fazemos uma ressalva para o facto de madame de Montespan ser retratada de uma forma mais favorável do que a imagem dela lembrada pela História, enquanto madame de Maintenon surge-nos de um modo mais sombrio e sem quaisquer escrúpulos, que procura não só suplantar Montespan na preferência do rei, mas a própria rainha.
Podemos dizer que se trata de um Bildungsroman, dado que inicialmente encontramos uma jovem de 15 anos, da província, inocente mas que cada vez mais vai criando uma personalidade vincada, audaz e proficientemente, movimentando-se nesse mundo palaciano pleno de intrigas urdidas pelas diferentes amantes do rei, e outros arrivistas, ela deambula do deslumbre para o cinismo da corte, do mundo perfeito e protegido para receio e pânico pela própria vida, após a morte por envenenamento da sua protectora, madamemoiselle de Fontanges, e da própria rainha que entretanto a havia chamado a si. Através Charlotte, observamos o declínio e queda da Madame de Montespan e a ascensão da Madame de Maintenon perante os olhos do rei, e do perigoso jogo de envenenamentos e bruxarias para o qual Charlotte se vê empurrada, mas cujo amadurecimento enquanto cortesã e mulher temos o privilégio de acompanhar.
Trata-se de um livro de leitura fácil e linear que vai empurrando o leitor para a página seguinte. Cujos pontos fortes prevalecentes não se encontram através de uma trama rocambolesca, ziguezagueante, mas sim pelo retrato que a autora nos pinta deste fresco histórico da vida cortesã dos finais do século XVII, todas as personagens, mesmo as secundárias aparecem bem trabalhadas, mas destacaríamos a especial caracterização deste grupo de mulheres nada convencional.
A acção desenrola-se a partir do momento em que a jovem Charlotte foge do convento quando sabe que será permanentemente lá enclausurada pela madrasta, e procura protecção junto de sua tia, madame de Brécourt, que através das suas influências a coloca ao serviço, no Palácio Real, de Marie Louise, a jovem princesa de Orleães e sobrinha do rei. Aqui encontramos descrições pormenorizadas e bem documentadas da vida quer na opulenta e excessiva corte do Rei-Sol, e o mais ascético e sombrio mundo da corte espanhola de Carlos II. Observamos pelos olhos de Charlotte as impressões destes dois mundos, a oposição entre a severidade e o, hedonismo, deparamo-nos com as impressões dos horrendos espectáculos de autos-de-fé pela Inquisição em Espanha, e depois catapultados para mundo sub-reptício de sedução e ameaças veladas (e não tão veladas), rivalidades, conspirações da corte francesa para onde se vê reconduzida, e é aqui que a trama ganha fôlego.
Trata-se de uma obra de sucesso que explora o capítulo final de um episódio tirado das páginas da história de França conhecido como "O Caso dos Venenos" ocorrido entre 1670 e 1682 (embora a nossa história inicia-se precisamente em Março de 1679), e que abalou todos os patamares da sociedade contemporânea, desde o povo à alta aristocracia parisiense, passando pela própria Corte.
Pelo punho, e pela investigação da autora obtemos um retrato meticuloso de um amplo leque de personagens históricas, algumas delas já referidas, mas não é possível não destacar Philippe, (irmão do rei, mais conhecido por le monsieur) Elizabeth Charlotte, a princesa palatina, Marie Thérese, a rainha, Jean-Baptiste Colbert, ministro das finanças e administrador-geral do reino, as mencionadas amantes reais, madame de Montespan e madame de Maintenon, (uma das quais detesta Charlotte, e a outra quer torná-la na sua nova protegida) e claro, o próprio Luís XIV. Aqui fazemos uma ressalva para o facto de madame de Montespan ser retratada de uma forma mais favorável do que a imagem dela lembrada pela História, enquanto madame de Maintenon surge-nos de um modo mais sombrio e sem quaisquer escrúpulos, que procura não só suplantar Montespan na preferência do rei, mas a própria rainha.
Podemos dizer que se trata de um Bildungsroman, dado que inicialmente encontramos uma jovem de 15 anos, da província, inocente mas que cada vez mais vai criando uma personalidade vincada, audaz e proficientemente, movimentando-se nesse mundo palaciano pleno de intrigas urdidas pelas diferentes amantes do rei, e outros arrivistas, ela deambula do deslumbre para o cinismo da corte, do mundo perfeito e protegido para receio e pânico pela própria vida, após a morte por envenenamento da sua protectora, madamemoiselle de Fontanges, e da própria rainha que entretanto a havia chamado a si. Através Charlotte, observamos o declínio e queda da Madame de Montespan e a ascensão da Madame de Maintenon perante os olhos do rei, e do perigoso jogo de envenenamentos e bruxarias para o qual Charlotte se vê empurrada, mas cujo amadurecimento enquanto cortesã e mulher temos o privilégio de acompanhar.
Trata-se de um livro de leitura fácil e linear que vai empurrando o leitor para a página seguinte. Cujos pontos fortes prevalecentes não se encontram através de uma trama rocambolesca, ziguezagueante, mas sim pelo retrato que a autora nos pinta deste fresco histórico da vida cortesã dos finais do século XVII, todas as personagens, mesmo as secundárias aparecem bem trabalhadas, mas destacaríamos a especial caracterização deste grupo de mulheres nada convencional.
Autor: Paco Diago López
Editora: Planeta Manuscrito
Páginas: 256
Género: Romance
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