quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

A Biblioteca de Babel - Vencedor do passatempo


Estranhamente o Blogger fez desaparecer um post anterior onde já tinha revelado o nome da vencedora deste passatempo.
Aqui fica ela de novo com os votos dos mais sinceros parabéns e boas leituras!

Gisela Matos

Destaque Clube do Autor

Depois de A Conspiração do Silêncio, a Clube de Autor volta a David Baldacci e Shaw, a sua criação que promete ficar famosa também entre os portugueses depois do autor já ter vendido para lá de 100 milhões de exemplares em todo o mundo.



O novo romance de David Baldacci põe a descoberto os interesses económicos que manipulam o nosso mundo.
Para quê perder tempo a descobrir a verdade quando se pode criar uma tão facilmente?
Nicolas Creel é um homem com uma missão. A sua empresa de armamento enfrenta uma crise e ele arrisca tudo para assegurar o negócio por muitos e muitos anos. Creel põe em marcha um ambicioso jogo, criando e manipulando eventos e conflitos, contando com a ajuda do experiente Dick Pender, «gestor da perceção».
Os dois lançam na Internet o vídeo de um homem a ser torturado, que desencadeia uma série de eventos à escala internacional. De repente, não se fala de outra coisa e o mundo é confrontado com uma nova ameaça, relegando o terrorismo islâmico e outros conflitos para o esquecimento.
Alheio aos jogos que manipulam as principais nações, Shaw só tem um desejo: abandonar a agência secreta para a qual trabalha para se casar. De uma forma inesperada, a sua vida pessoal colide com os planos de Nicolas Creel. E enquanto as nações se aproximam cada vez mais de um conflito aberto, Shaw não descansará enquanto não descobrir toda a verdade, naquela que poderá ser a batalha mais perigosa de todas…

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Vidas Surpreendentes, Mortes Insólitas da História de Portugal - Passatempo



Até ao próximo dia 3 de Fevereiro vou ter para oferta aqui no blogue dois exemplares do livro Vidas Surpreendentes, Mortes Insólitas da História de Portugal.
Um livro que olha para os casos insólitos de como neste país se mataram ou deixaram morrer algumas figuras históricas essenciais para a nossa História.





Para se habilitarem a ganhar basta consultarem o link acima e responder a uma simples pergunta.




Regras do passatempo

1) Preencher todos os dados solicitados correctamente.
2) Apenas participantes com moradas de Portugal.
3) Apenas uma participação por cada nome, email e morada.
4) O não cumprimento da regra 3) poderá levar a exclusão em passatempos futuros.
5) Os participantes que sejam seguidores do blog terão uma chance extra no sorteio dos livros. As pessoas que não forem seguidoras terão a chance correspondente à inscrição.

Destaque Clube do Autor

O professor José Paulo Viana, responsável pela famosa secção de desafios que surge no jornal Público, vem agora mostra como a Matemática pode ser uma ferramenta útil para o quotidiano e, assim, deixar de ser uma disciplina mal amada para passar a ser um divertimento geral.


Mostrar a Matemática escondida a muitas situações do dia a dia poderá ser o maior desafio. Problema resolvido é problema desaparecido. Uma vida sem problemas.


A Matemática está em todo o lado. Às vezes completamente às claras, outras vezes bem escondida, disfarçada e oculta, mas, se soubermos olhar, lá a encontraremos.
Na primeira parte deste livro, tentaremos mostrar como a Matemática influencia a nossa forma de estar no mundo. Trazendo-a ao de cima em várias situações, permite-nos ficar com uma visão mais rica da realidade. Certos capítulos correspondem a artigos publicados na revista Educação e Matemática, da Associação de Professores de Matemática. Outros capítulos abordam questões que foram apresentadas em conferências de divulgação científicas.
Iremos percorrer e analisar diversas questões e situações. Como ganhar à roleta? Como podem as casas de apostas garantir que têm lucro? Que problemas sociais se escondem na distribuição de idades da população portuguesa? Como se distribuem as classificações dos exames nacionais de 12º ano e porquê? Por que não há prémio Nobel da Matemática? E prémio IgNobel, haverá? Por que vale a pena pôr os alunos (e toda a gente) a resolver problemas?
A segunda parte do livro é constituída por 50 Desafios propostos no jornal Público, com as respetivas resoluções. O critério seguido foi ordená-los dos mais fáceis para os mais difíceis. A Matemática necessária para os resolver é a elementar, embora os raciocínios e os métodos possam ser, em certos casos, bastante elaborados.
Conseguir descobrir a Matemática escondida em muitos fenómenos naturais ou sociais permite entendê-los, interpretá-los, prevê-los e controlá-los. Para uma vida sem problemas.

O professor José Paulo Viana, um entusiasta e divulgador das matemáticas recreativas, mostra a leitores de todas as idades como se pode desmistificar a ideia do bicho-papão desta ciência. As situações do dia a dia permitem-nos ver esta disciplina de forma diferente e divertida. Deixa de ser um problema para passar a um desafio, uma solução e uma surpresa.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Destaque Guerra & Paz

Já está à venda o mais recente título da colecção Clube do Livro SIC a cargo da Guerra & Paz.
Trata-se de uma abordagem a quatro casos reais por parte de uma jovem psicóloga mas com já larga experiência tanto em intervenção comunitária como no acompanhamento de reclusos.




Por Acaso - Casos de Vida, Casos de Morte e é um livro surpreendente que mostra como a doença e a cura estão na própria vida, na vida e nas mãos de cada um. A psicóloga Lara Morgado centra-se em quatro casos de vida ou de morte: uma jovem é abandonada pelo namorado na semana do casamento; um talentoso estudante tem um acidente e fica paraplégico; um casal descobre que afinal o primeiro filho que espera está morto, dentro da barriga da mãe, e uma mãe com dois filhos, logo após a morte do marido, é despedida. Quem os pode ajudar? Salvam-se ou afundam-se sem remissão?


«Não conseguimos entender que estamos nas mãos do aleatório e que tudo pode acontecer. Todos temos momentos em que nos sentimos sozinhos, completamente sozinhos, momentos em que achamos que não há ninguém que nos deite a mão»
Lara Morgado

Destaques Esfera dos Livros



Aqui ficam as informações das novidades que preencheram o mês da Esfera dos Livros. O destaque vai todo para Isabel I de Inglaterra e o seu médico Português, um romance histórico muito promissor.



Isabel I de Inglaterra e o seu médico Português (Isabel Machado)

Quando o médico português Rodrigo Lopes chega a Londres, logo após a ascensão ao trono da nova rainha de Inglaterra, estava longe de imaginar que o seu destino se cruzaria com o da poderosa Isabel I. Filha de Henrique VIII e da controversa Ana Bolena, a jovem princesa foi obrigada a percorrer um longo e árduo caminho até ao trono de Inglaterra.
Com a morte de D. Sebastião em Alcácer Quibir e o trono português a ser ocupado por Espanha, os olhos do mundo voltam-se para Portugal. E quem melhor do que Rodrigo Lopes para levar à rainha e aos seus conselheiros privados informações sobre o reino onde tudo se joga. Entre os dois nasce uma enorme cumplicidade, mas cedo o médico judeu se vê envolvido nas teias do poder, da traição e da ambição, e nem a rainha o conseguirá salvar de um destino trágico.
A jornalista Isabel Machado, no seu romance de estreia, leva-nos até à luxuosa corte de Isabel I. A rainha astuta que casou com o seu reino e que muitos garantem que morreu virgem. Sem marido, nem descendência, marcou para sempre a História de Inglaterra ao impor uma Igreja Anglicana moderada e ao conseguir um longo período de paz e prosperidade económica, abrindo o país às artes e ao mundo. Isabel soltou o seu último suspiro aos 69 anos de idade. Melancólica e saudosa de todos os que partiram antes dela. No pensamento, Robert Dudley o homem que amou durante toda a vida…


Obrigaste-me a matar-te (Tânia Laranjo e Ana Isabel Fonseca)

Esta é a história de Maria. Um relato na primeira pessoa de uma mulher que sonhou com um casamento perfeito e uma vida feliz ao lado de Rui e viveu um verdadeiro pesadelo, entre quatro paredes, durante décadas. Em silêncio, marcada no corpo e na alma pelas mãos, pontapés e palavras malditas do marido, assistindo à violência contra as suas filhas, incapaz de reagir, demasiado assustada, demasiado dependente... até ao dia em que a coragem suplanta a dor e a vergonha, pega numa arma, que mais cedo ao mais tarde a iria matar, e assassina o marido, o pai das filhas, o homem que jurou respeitá-la e amá-la, no cimo de um altar. Esta é a história da Maria, mas poderia ser da Ana, da Sofia, da Francisca, etc., etc., etc... Em 2010 morreram quarenta e três mulheres vítimas de violência doméstica em Portugal, 29 delas já com queixas apresentadas às autoridades. As jornalistas Ana Isabel Fonseca e Tânia Laranjo lidam diariamente com casos de violência doméstica que acontecem todos os dias no nosso país. Esta é uma viagem a um mundo de dor e sofrimento, de sentimentos e vergonha que não pode deixar ninguém indiferente.


Quando os macacos se apaixonam (George Stilwell)

Sabia que o louva-a-deus arrisca literalmente a sua própria cabeça quando se mete com a sua parceira, que recompensa o prazer da cópula comendo o parceiro durante ou logo após o serviço terminado? Que os genitais dos zangões, depois de uma cópula disputada com a concorrência, explodem e se partem no interior da abelha-rainha, para assim entupir o caminho para novas cobrições e para a entrada de genes adicionais? Que os pardais cantores têm um repertório entre 4 e 13 tipos de canções e que as fêmeas solicitam mais cópulas aos machos com maiores repertórios? Que também entre os animais como os elefantes e as orcas existe a figura das tias, que são elementos cruciais na educação dos novos rebentos do grupo? Que a amizade entre abelhas de uma mesma colmeia é inexcedível? Que a mãe foca, ao fartar-se de dar de mamar a um matulão que não faz mais nada do que se espraiar na praia, o persegue quando este se aproxima para mais uma refeição de leite, na tentativa de convencer o anafado descendente a entrar no oceano e a mudar a dieta para peixe ou marisco? George Stilwell, veterinário e professor universitário, desvenda-nos o misterioso mundo da vida afetiva dos animais. Ficamos a saber que existe instinto maternal, amor e amizade no mundo animal, bem como sentimentos nobres de abnegação, companheirismo e sentido de comunidade. Haverá maior dedicação aos amigos do que o das formigas guerreiras que fecham a entrada do formigueiro pelo lado de fora ficando a lutar contra invasores? Sabia que o casamento das minhocas é mais estável do que o dos seres humanos?


Viver em tempos de mudança (Maria do Carmo Oliveira e Manuel de Oliveira)

Nos momentos de grande mudança surge a incerteza, a insegurança, a angústia. A sombra do desemprego, a instabilidade financeira e social, as poucas perspetivas de futuro para os seus filhos, as notícias sempre negativas. Os planos que tinha já não fazem sentido. Não encontra objetivos que o estimulem. Não sabe como enfrentar as adversidades. Perdeu as certezas sobre quase tudo. Sente-se perdido E acha que o melhor é fechar-se no seu «espaço de conforto».
No entanto, é nos momentos de maior adversidade que podemos romper com estas fronteiras que impusemos a nós próprios e ganhamos coragem para enfrentar as mudanças de forma positiva. A crise é uma oportunidade única de mudança. Quem o garante são os psicólogos Maria do Carmo Oliveira e Manuel de Oliveira que, ao longo destas páginas, nos explicam como nos libertarmos dos nossos padrões normais de funcionamento e comportamento, para vivermos uma nova vida, cheia de entusiasmo, alegria, sonhos, coragem e paixão. Com histórias reais, exercícios práticos e estratégias claras, os autores utilizam os mecanismos da psicologia positiva e da neurociência para ajudarem a despertar o nosso enorme potencial. Chega de lamentos e de queixas. Em vez de cruzar os braços, arregace as mangas.


Uma especialista em nutrição no supermercado (Patrícia Almeida Nunes)

Gosta de comprar cereais ricos em fibra, mas já reparou na quantidade de gordura e/ou açúcar que o rótulo da embalagem indica? Aquilo que pensava ser a opção mais saudável pode afinal ser a mais calórica e logo pouco equilibrada. Gosta de comprar iogurtes magros/light para manter a linha, mas já reparou na quantidade de açúcar que têm? Existem no mercado iogurtes magros que podem ter 4 pacotes de açúcar por embalagem. Escolha antes os que apresentam a designação «Magro com baixo teor de açúcar» ou «0% de açúcar adicionado». Compra tostas que na embalagem anunciam «sem colesterol», mas na realidade as tostas não têm colesterol, logo essa não é uma mais-valia… Compra leite rico em cálcio? Mas o leite por si já é rico em cálcio. Não se prenda a alegações. Ou acha que as bolachas digestivas facilitam a sua digestão. Já reparou no valor calórico e de gordura indicado no rótulo? Quatro bolachas Maria têm em média 110 calorias, já as digestivas podem fornecer 270. Sabia que os legumes já embalados e lavados são mais caros? Verifique se a carne picada embalada não tem aditivos. De preferência peça para picar no momento e misture carne de aves para diminuir o teor de gordura (aumentar o aporte nutricional). Sabia que muitas vezes os chamados packs económicos têm menos quantidade que a concorrência ou têm um prazo de validade menor? Para muitos de nós, o supermercado é um mundo misterioso onde nos sentimos perdidos. Queremos alimentar-nos de forma mais saudável, racional e económica, mas perante as prateleiras cheias de ofertas atrativas, e faltando-nos informação simples e apropriada, não sabemos qual é a escolha mais acertada.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Irmã - Passatempo

Quando Beatrice recebe um telefonema frenético a meio do almoço de domingo e lhe dizem que a sua irmã mais nova, Tess, desapareceu, apanha o primeiro avião de regresso a Londres. Mas quando conhece as circunstâncias que rodeiam o desaparecimento da irmã, apercebe-se, com surpresa, do pouco que sabe sobre a vida de Tess – e de que não está preparada para a terrível verdade que terá de enfrentar.
A Polícia, o noivo de Beatrice e até a própria mãe aceitam ter perdido Tess, mas Beatrice recusa-se a desistir e embarca numa perigosa viagem para descobrir a verdade, a qualquer custo.





O passatempo de hoje tem uma dinâmica diferente do que é habitual e que não será para repetir (muitas vezes...). Até porque este passatempo vai ser exclusivo para os seguidores que têm dado relevo a este blogue nos últimos dois anos.
Em vez de responderem a uma pergunta, o que vos peço é que tragam um novo seguidor para o blogue.
Deverão convencer alguém para tal e ambos ficam habilitados ao livro - espero que o partilhem se ganharem.
Se conseguirem mais do que um amigo para se tornar seguidor apenas precisam de voltar a preencher o formulário e cada nova participação será contada no sorteio final.
Têm de usar os vossos melhores argumentos para um dos vossos amigos se tornarem seguidores até ao final de dia 28 deste mês.




Regras do passatempo

1) Preencher todos os dados solicitados correctamente.
2) Apenas participantes com moradas de Portugal.
3) Apenas uma participação por cada nome, email e morada.
4) O não cumprimento da regra 3) poderá levar a exclusão em passatempos futuros.
5) Os participantes que sejam seguidores do blog terão uma chance extra no sorteio dos livros. As pessoas que não forem seguidoras terão a chance correspondente à inscrição.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Afonso Henriques, o Homem (Cristina Torrão)


Há crianças que crescem a admirar estrelas de televisão e cinema, que tem como ídolos. Por entre as histórias dos contos de fadas que preencheram a minha infância, houveram outras histórias bem mais reais, que faziam parte da história de Portugal e que me encantavam desde que lembro, que o meu pai sempre me contou dizendo “esta história aconteceu mesmo”, levando-me a distinguir entre as histórias reais e as de ficção. Assim os meus ídolos na infância eram constituídos por figuras históricas que para mim se destacavam por terem feito algo de realmente importante no mundo real, muito mais que um determinado cantor ou actor.
Pode parecer-vos quase mórbido mas uma das minhas primeiras memórias de infância é de ter pedido ao meu pai que me pegasse ao colo para beijar a estátua ao túmulo de D. Afonso. Ora para mim que era uma criança pequena não houve nisso nada de mórbido, foi como beijar um velho tio ou uma velha tia que me fosse querido. Até porque as minhas noções de morte e cadáver não estavam naquela altura completamente definidas. Apenas tinha alguma noção que D. Afonso Henriques estava ali quase como que a dormir.
Seja quem for o português que se escolha, qualquer um já ouviu falar do primeiro Rei de Portugal, até pode não saber o nome de mais nenhum rei, até pode não simpatizar com a monarquia, mas se há figura história que consegue reunir a simpatia de quase todos os portugueses é, sem dúvida, Afonso Henriques, que é visto como o pai da nação e de alguma forma é como antepassado de todos portugueses. Não há figura histórica mais popular ou mais positiva aos olhos do nosso povo.
Dele contam-se as suas façanhas, batalhas e exemplos de coragem mas, na realidade, muito pouco se sabe do que está por detrás do herói que fundou o nosso reino. Estamos longe de saber que tipo de homem era na realidade, como era seu dia a dia quando não estava em batalha, que sentimentos e motivações o moviam ou como o rapaz que fica órfão de pai ainda adolescente, que nasce destinado a ser um conde e não rei acaba por criar um reino.
É a este género de questões que Cristina Torrão pretende responder neste seu livro. Não lhe interessa contar uma história que já foi centenas de vezes contada sobre os feitos heróicos de D. Afonso Henriques, interessa-lhe sim contar quem foi o homem de carne e osso por trás do herói. Logo se está há espera de ler a história de um homem que nasce herói e faz façanhas este livro não é para si, mas se quer ler sobre quem realmente foi o primeiro rei de Portugal - quem era, como agia e o que sentia - então esta sim é uma aposta segura que lhe desvenda quem foi o homem por detrás da lenda.
Assim, D. Afonso Henriques não nasceu um herói, era sim um jovem bastante, temperamental, orgulhoso e com um feitio volúvel que facilmente podia ter contribuído para a sua queda se não fosse devidamente guiado pelos seus três concelheiros, Egas Moniz, seu irmão Ermígio Moniz e o arcebispo de Braga D. João Peculiar, que lhe ensinaram a temperar os seus impulsos e usar a sua coragem e furor em momentos devidos.
É de destacar, entre estas personagens, a figura de Egas Moniz. Há uma lenda que assume que D. Afonso Henriques não era filho do conde D. Henrique mas sim de Egas Moniz. Ora essa lenda não tem qualquer fundamento histórico, mas talvez tenha começado com algum fundo de verdade pois D. Egas Moniz foi, de facto, uma figura paternal para Afonso. Desde cedo sem o pai para o guiar, o jovem Afonso viu Egas Moniz merecer-lhe a confiança, o respeito e admiração profunda. Era um homem sábio, de carácter nobre e paciente e que estaria ao lado de D. Afonso o resto da sua vida.
Outra personagem que nos é apresentada de forma convincente e elucidativa é D. Teresa, geralmente apresentada ora como uma vítima do filho que a prende, ora como uma víbora e má mãe que desgraça a memória do defunto marido e se vira contra o próprio filho. D. Teresa não é nenhuma das duas coisas, nem uma vítima, nem uma má mãe. É antes uma mulher de quem o filho herda grande parte do feitio, que tem uma personalidade invulgarmente forte e lutadora para as mulheres da época. Ela não é mulher desgovernada que o filho prende para própria protecção, nem tão pouco é uma má mãe que se revolta contra o filho por não gostar dele. É sim uma mulher que acredita que luta pela sua herança pois o Condado Portucalense pertencia originalmente ao seu pai. Morto o marido ela vê-se como herdeira legítima, por direito de sangue, da terra que pertencera a seu pai. Mas apesar de tudo é uma mulher que ama o seu filho que tem na realidade o único defeito de ser demasiado parecido com ela.
Mas a vida familiar de Afonso não acaba em D. Teresa e por contraste com ela temos D. Mafalda que encaixa perfeitamente nos ideais da mulher da época, sendo uma mulher grácil, tímida e pacífica que, de certa maneira, traz algum equilíbrio ao D. Afonso que nutre por ela uma terna afeição. Afeição ainda mais intensa pelos seus filhos, pois o Afonso que imaginamos quase sempre como um bravo guerreiro no campo de batalha era um pai extremoso cujo coração se derretia pelos seus filhos. Na verdade é difícil termos uma dimensão mais humana do rei do que essa que nos é dada pela autora do homem que ama os seus filhos, que brinca com eles, que os carinha, que chora sem qualquer tipo de vergonha pela morte de um deles. É uma parte que nos leva a simpatizar particularmente com a personagem.
Claro que as batalhas existem e são contadas no livro, mas estão longe de ser tão heróicas e interessantes como pensaríamos que fossem. São pouco mais que escaramuças sangrentas entre algumas centenas de homens, que nada tem de heróico ou grandioso e que ficaram bem mais longe de despertar o interesse que a restante vida de D. Afonso Henriques. Ele próprio acaba por entender que não há nada de glorioso na guerra, que matar as pessoas em nome de uma crença religiosa não faz sentido.
A escrita de Cristina Torrão é simples o que torna este livro bastante acessível aos leitores. No entanto, tem um detalhe e realismo invulgares para o romance histórico. A autora faz um enquadramento histórico sublime, com grande lucidez e neutralidade. Dá-nos o retrato do primeiro rei de Portugal como um homem com muitas virtudes, mas também com defeitos. Retrata uma época particularmente sangrenta nas batalhas, mas ao mesmo tempo onde as populações de mouros e cristãos coexistiam especificamente e se não fossem as iniciativas dos seu líderes não teriam grandes zaragatas.
No entanto, não existem por parte da autora julgamentos de valor relativamente aos povos e aos personagens. Ela não diz se é D. Afonso ou D. Teresa quem tem razão na luta, não nos diz quem são os heróis ou os vilões da história. Até porque na sua história o que existem são personagens de carne e osso, com diferentes motivações mas que não os tornam melhores nem piores. E é isso que torna este livro único: não estereotipar tudo e todos. Permitir-nos entender como pensavam, sentiam e viviam pessoas que já viveram há muitos séculos mas que sua essência não era assim tão diferentes do que somos actualmente.





Autor: Cristina Torrão


Editora: Ésquilo


Páginas: 432


Género: Romance Histórico

À conversa com Cristina Torrão (parte 2)

Na segunda metade desta entrevista reuni as perguntas que se debruçaram mais sobre aspectos que vão além da escrita, embora partindo - ou regressando - inevitavelmente dela.
Tentei tocar também a experiência da autora enquanto trabalhadora portuguesa no estrangeiro e usufruir do seu conhecimento adquirido e ela teve a simpatia de partilhar diversos aspectos que podem ser úteis nos tempos que o nosso país vive.




- Como é para uma escritora Portuguesa, viver e trabalhar num país estrangeiro?
Não é muito fácil, pois sinto que, se estivesse em Portugal, poderia fazer mais pela divulgação dos meus livros, por exemplo, estar mais vezes presente em Feiras do Livro (e não só Lisboa e Porto); visitar bibliotecas; ir a apresentações de outros livros, estabelecendo contactos úteis; oferecer-me para sessões de leitura nas escolas, etc. Assim, resta-me a internet.
Do ponto de vista pessoal, adaptei-me bem à vida na Alemanha, país que, no seu sentido prático, facilita muitos aspectos do dia-a-dia.


- Devido à crise há muitos portugueses a pensar (novamente) sair para fora do pais, sendo que um dos países preferidos é a Alemanha. Como foi a sua adaptação dela e que aconselha a esses portugueses, sobretudo os pertencentes a áreas próximas da sua?
A adaptação a um país estrangeiro nunca é fácil, mas depende em que circunstâncias se faz essa opção. No meu caso, foi por ter casado com um alemão. Esse facto, aliado ao conhecimento que já tinha da língua, facilitou a adaptação. Quem não conhece a língua terá imensos problemas na Alemanha, pois é raro encontrar alguém que fale inglês, ao contrário da Holanda, por exemplo, em que se pode falar inglês em todo o lado. Quem vier sozinho para um país estrangeiro, precisa de ter uma personalidade muito forte para aguentar os primeiros tempos de solidão. Depende do trabalho que fizer. Se, por exemplo, der aulas de português e tomar contacto com outros portugueses, é claro que terá a vida facilitada.
Antes de ir para um país estrangeiro, a quem não tiver lá ninguém para dar uma certa orientação, aconselho a informar-se de que tipo de mão-de-obra esse país precisa. Para gente da minha área, que pretende dar aulas, o melhor é tratar disso em Portugal, pois os professores de português que aqui trabalham são enviados pelo nosso Ministério da Educação. Agora, com a crise, não sei como está a situação. Dar aulas de português a alemães, em escolas de línguas, como já fiz, é interessante e mantém a pessoa ocupada, mas não se ganha o suficiente para se ser independente (é mais um dinheiro extra para quem já tenha a vida assegurada).
Também ajuda ter uma mentalidade aberta, capaz de assimilar, sem grandes problemas, outros usos e costumes. E outras comidas. Há gente muito saudosista, que só gosta de bacalhau com batatas, ou de feijoadas. Não irá encontrar esse tipo de pratos na Alemanha, embora também se aprecie por aqui a cozinha internacional. Mas as preferências vão para a italiana, a grega e a incontornável chinesa. Aqui, também não se encontra grande compreensão para falta de pontualidade, ou falta de disciplina.


- Como é ensinar língua Portuguesa num país como a Alemanha? Existem muitos Alemães interessados na aprendizagem do Português?
Os alemães têm muita dificuldade em aprender a língua Portuguesa. A Alemã também é muito difícil e nós temos tendência para achar a nossa mais simples, mas, na verdade, quando uma pessoa se vê na situação de ensinar o nosso idioma, dá-se conta das dificuldades que ele apresenta. Por exemplo, um dos problemas no Português é o facto de a forma plural também ter género (feminino e masculino); outro, são as formas verbais, cada pessoa gramatical tem uma forma diferente e há inúmeros verbos irregulares; além disso, há três tipos de conjugação, conforme o infinitivo dos verbos termine em “ar”, “er”, ou “ir”. São coisas em que não pensamos, mas que, para estrangeiros, se torna num enorme quebra-cabeças.
Não há muitos alemães interessados na aprendizagem do Português, nada que se compare ao Castelhano (Espanhol), cujo interesse é muito grande, quase ao nível do Inglês, ultrapassando, de longe, o Francês. Embora seja a 5ª ou a 6ª língua mais falada no mundo, o Português é visto, aqui, mais como uma língua exótica, não se faz ideia de que há tantos milhões de pessoas a falá-la. Sinto muito desiludir todos aqueles que pensam que a nossa língua é considerada muito importante, mas é um facto que não é.


- O seu primeiro livro foi “A Moura e o Cruzado”, mais tarde reeditado como “A Cruz de Esmeraldas”, foi muito difícil encontrar quem editasse os seus livros?
Foi dificílimo, demorou anos, tenho uma grande colecção de recusas. E, no entanto, não havia nenhum romance sobre D. Afonso Henriques, perguntava-me mesmo como é que ainda ninguém tinha tido a ideia. Confesso que alimentava a esperança de ser eu a primeira, mas, entretanto, saiu o romance de Maria Helena Ventura, Afonso o Conquistador. Quando o vi à venda, pensei em desistir, senti-me muito sozinha, sem apoios, sem saber para onde me virar. Mas esse desânimo durou pouco tempo. Eu acreditava nas minhas capacidades e resolvi não desistir. Até porque escrevera, entretanto, A Moura e o Cruzado e decidi enviar o manuscrito para um concurso literário organizado pelo Continente, em parceria com a Visão e a editora Asa. Estive para não o fazer, ao constatar, no regulamento, que se limitava a residentes em Portugal. Por outro lado, o pior que me podia acontecer era ser desclassificada. Afinal, entre isso, e não ganhar o concurso, não havia grande diferença.
Acabei por ganhar, o que me abriu, não as portas, mas uma porta, aliás, pequenina. Mas há-de aumentar de tamanho. E hão-de surgir outras.


- Como vê o panorama literário Português? Existem algumas semelhanças com o que passa na Alemanha?
Sim, hoje em dia, a cultura está muito uniformizada. Também se nota aqui a preferência pela literatura light, os nomes sonantes, ou os livros susceptíveis de causar escândalos. A grande diferença está em que o mercado é muito maior, a Alemanha tem cerca de 80 milhões de habitantes, sem incluir a Áustria e a Suíça. Há mais editoras, mais escritores, mais livros, a oferta é muito maior, embora, verdade seja dita, a portuguesa, em termos proporcionais, também seja bem grande. Outra diferença será que, aqui, não se traduz tanto, editam-se mais nacionais, e existe uma oferta enorme na não-ficção, cobrindo todos os temas possíveis e imaginários. Procura-se um livro sobre jardinagem, cães, religião, ou até como editar um livro, e encontram-se logo dezenas.


- Há algum período em particular da história da Alemanha ou algum personagem histórico desse país que a fascine em particular?
Bem, antigamente, interessava-me muito pela fase do nazismo e da 2ª Guerra Mundial, principalmente, pela perspectiva alemã. Constatei que há alguns idosos saudosistas, mas a maior parte das pessoas abomina Hitler e tudo o que ele causou. Desde que comecei a pesquisar a época medieval com intensidade, há cerca de dez anos, claro que também me interessei pela Idade Média alemã. Há uma personagem muito marcante do século XII, Frederico Barba-Ruiva, que se tornou imperador do Sacro Império Romano-Germânico. A História Medieval alemã é um pouco complicada, porque a Alemanha nunca foi um reino como Portugal. Para simplificar, digamos que era um conjunto de principados, ducados e condados, que abrangia grande parte da Europa Central e até da Itália. E era nomeado um Imperador, pelo Papa, representante do catolicismo, para fazer frente ao Imperador Bizantino, cristão ortodoxo. Frederico Barba-Ruiva é o Imperador mais marcante da Idade Média.


- Dado que o público alemão é muito mais vasto, não pensa também tentar entrar no mercado editorial alemão, seja com um livro originalmente escrito em alemão (e eventualmente com um tema local) ou com um dos seus livros já publicados traduzido para alemão?
Sim, claro que penso nisso, mas é muito difícil. Não posso contar com a ajuda da editora para esse fim, pois até para os grandes grupos editoriais portugueses é dificílimo introduzir um escritor português nos mercados estrangeiros, mesmo que se desdobrem em contactos e operações de charme, como acontece na Feira do Livro de Frankfurt.
Eu tenho a vantagem de saber alemão, mas é complicado traduzir para uma língua que não é a nossa. Com a ajuda do meu marido, porém, traduzi “A Cruz de Esmeraldas” e estou a tentar arranjar um agente literário que se interesse pelo livro. Enviá-lo directamente às editoras não adianta nada, calcula-se que se publicam 0,01% dos manuscritos que são enviados por gente desconhecida.
Se, por um lado, o mercado alemão é muito mais vasto, se publicam muitos mais livros (mais de 100.000 por ano) e haja editoras sem fim, por outro, também há muito mais gente a escrever. Além do trabalho habitual, as editoras recebem dezenas de milhares de manuscritos com pedido de publicação por ano!


- E ao nível de outros episódios da História Mundial mais divulgados, pretende enveredar por esse meio o que podia eventualmente permitir ter uma carreira mais internacional?
Sim, esse é o problema. Para publicar na Alemanha deverei optar por temas da História alemã? Bem, aqui também há interesse pela História de outros países, mas, normalmente, pela de Inglaterra, Itália, ou países de leste, como a Rússia. Há espanhóis que também vendem bem. Sobre a História de Portugal, nunca vi nada, é um tema muito específico, nada internacional.


- O grande Sonho da sua vida é escrever? Tem outros grandes sonhos para além da escrita?
Sim, é. Já tive outros sonhos. Em jovem, gostava muito de música e de cantar e sonhava fazer carreira nesse ramo. Cheguei a cantar em coros, mas não tinha à-vontade suficiente para ser solista. Depois, desejei ser realizadora de cinema, mas era um sonho muito difícil de concretizar, porque não sabia para onde me virar, quem contactar. De maneira que, quando descobri esta minha vocação para escrever, pensei: este sonho é mais realizável, vou em frente! O Manuel Cardoso, do blogue Dos Meus Livros, disse que a minha escrita é cinematográfica, pelo que acabei por me aproximar do outro sonho…


- Apesar de haver um número reduzido de escritores que vivem apenas da escrita, esse é um dos seus objectivos?
Não penso que possa algum dia viver exclusivamente da escrita. O que não quer dizer que deixe de escrever.


- Alguma vez sentiu aquele assomo da página em branco ou é algo que flui naturalmente?
Até agora, tem fluido tudo muito naturalmente. Um romance escreve-se aos poucos, cena a cena. Quando começo a escrever uma cena, já sei como vai acabar, mas os pormenores surgem na altura da escrita. Às vezes, é difícil fazer a ponte de ligação entre as cenas. E o romance histórico, como eu o escrevo, tem ainda a dificuldade de se apresentarem os factos de forma sucinta, sem se tornarem maçadores. Tenho de fazer uma selecção muito precisa daquilo que vale a pena ser dito, prescindindo daquilo que, apesar de ser interessante, pode começar a maçar. Nem sempre fico satisfeita com o resultado. Principalmente, no romance do D. Dinis, tive problemas, devido à quantidade de leis, reformas e medidas que o Rei Lavrador decretou e pôs em prática.


- Disse que gostava de ser realizadora, então qual dos seus livros gostaria eventualmente de ver adaptado ao cinema?
Gostava de ver a vida de D. Afonso Henriques adaptada ao cinema, mas acho que interessaria, acima de tudo, aos portugueses. O melhor mesmo era uma série televisiva.


- Se essa oportunidade lhe fosse apresentada em Portugal que colaboradores escolheria então?
Não sei porque, vivendo há 19 anos no estrangeiro, sou muito ignorante quanto aos nomes actuais do cinema português.


- Que conselho daria a quem decida enveredar pela área da escrita?
Alguns:
Se não consegue conceber a sua vida sem escrever, não desista! É preciso insistir muito para se conseguir publicar, não se deixando abater pelas recusas.
Seja disciplinado e exigente, enquanto não estiver satisfeito com o texto, corrija-o, nem que sejam mil vezes! Se não gosta de alguma passagem, ou de alguma cena, mas pensa: “não faz mal, vai mesmo assim, no conjunto, não se nota”, está a seguir o caminho errado!
Se não lhe ocorre outra solução para a passagem, ou a cena, problemática, apague-a! Não tenha problemas em apagar, mesmo que doa. Li, uma vez, que o melhor amigo do escritor é o cesto dos papéis.
Não espere enriquecer com a escrita! Um número ínfimo de escritores consegue viver da escrita, os que enriquecem são ainda menos.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

À conversa com Cristina Torrão (parte 1)

Apesar de já há algum tempo estar pronta, só agora vê a luz do dia a entrevista que tive o prazer de ir realizando numa troca de emails com Cristina Torrão, autora que já tinha dado um excelente contributo ao blogue quando ofereceu exemplares autografados do seu livro D. Dinis - A quem chamaram o Lavrador.
Falei desse livro e, igualmente, de A Cruz de Esmeraldas aqui e aqui, respectivamente. Foram duas excelentes leituras e, por isso mesmo e por ser uma aficcionada de História e Romance Histórico, tinha muito a perguntar.
O resultado, devido à simpatia e disponibilidade da autora, é muito interessante e espero que o apreciem.




- O facto de viver e trabalhar na Alemanha, alimenta de alguma forma a nostalgia pela cultura e história Portuguesas, ao ponto de todas as suas obras se basearem nelas?
Talvez, mas não será a razão principal. Comecei a interessar-me pelo romance histórico aqui na Alemanha, onde, há 20 anos, era já um género literário a vender muito bem. Em Portugal, também já existia, mas não na mesma quantidade e, sobretudo, nesta forma, em que as personagens históricas se tornam mais acessíveis, vistas como seres humanos comuns. Comecei a ler, nomeadamente, os romances de Sharon Penman, em língua Inglesa, apaixonando-me pela História das ilhas britânicas, sentindo vontade de pesquisá-la e de escrever algo semelhante. Mas depois perguntei-me: porque haveria eu de escrever sobre um país que mal conheço e onde irei eu buscar as fontes de pesquisa? A época medieval portuguesa não será também apaixonante? A vida do nosso primeiro rei, do fundador da nacionalidade, não daria para escrever um romance interessante? Na verdade, eu, na altura, sabia muito pouco sobre o assunto, via, como todos os Portugueses, D. Afonso Henriques apenas como um guerreiro. Comecei a perguntar-me se seria mesmo assim, quais teriam sido as paixões da sua vida, etc. Por acaso, nessa altura (pelo ano 2000), saiu a primeira biografia de D. Afonso Henriques, escrita pelo Prof. Freitas do Amaral, iniciativa, que, na minha opinião, acabou por despoletar a colecção da Temas e Debates, sobre as biografias dos reis portugueses. Ao ler o livro do Prof. Freitas do Amaral, fiquei siderada com as várias facetas de D. Afonso Henriques, tive aquela sensação de que a matéria dava “pano para mangas”. O romance começou a desenhar-se na minha cabeça. E assim se iniciou esta aventura.


- Porquê o romance histórico? Nomeadamente a época medieval? Os seus romances versam figuras e factos da nossa história, tem algum fascínio pela história medieval Portuguesa?
Bem, já respondi a parte desta pergunta na anterior. O meu fascínio pela época medieval, em geral, vem da minha adolescência, quando comecei a gostar de filmes sobre a Idade Média. O fascínio pela história medieval portuguesa, em concreto, só surgiu quando comecei a pesquisar para as minhas escritas, antes disso, sabia muito pouco.


- Iremos ter mais livros seus versando este mesmo tema? Já existem planos para o próximo? Podemos saber algo sobre a figura histórica?
Sim, ficarei neste tema, nomeadamente, no século XII, a época de D. Afonso Henriques, a que mais me fascina. Interessa-me também o povo comum, pergunto-me que impacto tiveram nele acontecimentos como a Batalha de Ourique, a Conquista de Lisboa, ou mesmo o desastre de Badajoz. Felizmente, nos últimos anos, têm surgidos livros sobre a vida privada, como “Naquele Tempo”, do Prof.José Mattoso, ou a “História da Vida Privada em Portugal”, projecto em que participam vários historiadores. O meu próximo livro não terá uma personagem histórica, como principal (como aliás já aconteceu em A Cruz de Esmeraldas), mas alguém que se vê envolvido nos acontecimentos que se deram entre os anos 1138 e 1147. Foi uma época incrível, cheia de mudanças! É esse vibrar, essa espécie de revolução, que eu tenciono reavivar, porque, ao aprendermos a História, é tudo muito seco, do tipo: em 1139, deu-se a Batalha de Ourique; em 1147, D. Afonso Henriques conquistou Santarém e Lisboa. Apenas assim, como se estivesse tudo planeado. Não estava. As pessoas envolvidas não faziam ideia de como essas aventuras iriam acabar, nem sequer nos sarilhos em que se iam meter. Os movimentos que provocaram devem ter sido impressionantes. Imagine a Joana que vivia no Porto, em 1147, e que, um dia, começavam a chegar, ao cais da ribeira, naus cheias de cruzados! Apenas um pormenor, na História, que, no entanto, representou o mudar de vidas inteiras.


- A Idade Média portuguesa não foi apenas rica em personagens históricos masculinos, mas também femininos. Apesar de alguns deles existirem nas suas obras como personagens, os protagonistas são em maioria homens.
Já pensou em escrever sobre alguma protagonista feminina, como por exemplo a D. Teresa, a Rainha Santa ou D. Inês, que parecem despertar bastante o interesse do público?
Eu pensei escrever sobre a Rainha Santa, mas a editora sugeriu escrever sobre D. Dinis, pois tinha sido publicado, havia pouco tempo, “Onde vais, Isabel”, de Maria Helena Ventura.
O romance que estou a escrever tem uma protagonista feminina, mas não se trata de uma figura conhecida, pois resolvi homenagear as mulheres medievais incógnitas. A minha heroína é uma moça do povo do século XII, oriunda do vale do Douro e que se vê envolvida em acontecimentos históricos da época, como a Batalha de Ourique, ou a Conquista de Lisboa.
D. Teresa daria um excelente romance, sim, é uma ideia...


- O rigor histórico tão presente nos seus livros, é evidentemente fruto de muito trabalho, preparação e pesquisa, quanto tempo leva normalmente a pesquisar para um livro?
É difícil encontrar uma fórmula para cada livro, porque é variável. Para o primeiro (D. Afonso Henriques), levou muito tempo, porque, como já disse, eu sabia pouco. Pesquisei e escrevi ao mesmo tempo, levou uns três anos. Já depois de o ter enviado a algumas editoras (recebendo recusas), continuava a pesquisar, porque descobria sempre livros com novas informações, e modificava certas partes do romance. Entretanto, surgiu-me a ideia para A Moura e o Cruzado e resolvi escrevê-lo, já que não estava a ser bem sucedida com o outro. A escrita deste não demorou muito (é mais pequeno), três a quatro meses. Depois de ter ganho o concurso, surgiu a biografia de D. Afonso Henriques, da autoria de José Mattoso e, depois de a ler, tornei a reescrever o romance.
Para o D. Dinis, pesquisei durante cerca de um ano. O facto de já existir a biografia, da autoria de José Augusto Pizarro, facilitou-me muito o trabalho. O livro demorou sete ou oito meses a escrever.
Tudo depende do tempo que se tem. Eu escrevo de 10 a 12 horas por semana.


- Depois de tudo o que aprendeu durante as pesquisas que efectuou, para escrever os seus livros, com que ideia ficou dessas figuras da nossa história?
Tanto D. Afonso Henriques, como D. Dinis, são homens perfeitamente enquadrados nas épocas em que viveram. Nem D. Afonso Henriques foi sanguinário e violento demais, nem D. Dinis tão mulherengo como se diz. Ambos foram inteligentes, corajosos e bons diplomatas, mesmo o primeiro rei. Marcaram uma época, são, sem dúvida, os dois monarcas mais importantes da nossa Idade Média. Para isso, também contribuiu o facto de os seus reinados terem sido longos. D. Afonso Henriques é mesmo um caso notável de longevidade, podemos concluir que gozava de uma saúde de ferro. D. Dinis teria sido vítima de excessos que, na época, não se sabia fazerem mal, pois não havia análises ao sangue, nem se media a tensão arterial. Era poeta, mais um homem de relações pessoais e de gabinete; D. Afonso preferia a acção, mas eu acho que também foi um homem sensível, com, aliás, se nota no meu livro.


- Sente-se na sua obra uma vontade de mostrar o lado mais humano de cada personagem, isto é propositado? Qual a sua real intenção?
Trata-se do meu principal objectivo. Pela sua obra e pela distância no tempo, essas personagens históricas tornaram-se mitos, seres especiais, mesmo divinos. Mas eram humanos, como todos nós. Eu também não sei como eram, apenas chamo a atenção para esse facto, ao dotá-los de conflitos interiores e emoções.


- Qual dessas grandiosas personagens históricas a impressionou mais, e porquê?
Pelos motivos mencionados, D. Afonso Henriques. D. Dinis foi um grande rei, mas “limitou-se” a dar continuidade à obra do pai. D. Afonso III tinha posto ordem no reino, fazendo muitas reformas legislativas. E, apesar de não ser poeta, foi ele que introduziu o trovadorismo na corte. D. Afonso Henriques iniciou algo de novo, fundou uma nacionalidade, que, quase 900 anos depois, ainda existe.


- E alguma delas a decepcionou do ponto de vista humano? Ou isso não aconteceu?
No geral, não me decepcionaram, pelo contrário: a partir dos factos históricos, julgo ter descoberto facetas sensíveis que ninguém supunha. Mas, já que falamos nisso, penso que D. Dinis me decepcionou um pouco na maneira como lidou com o seu filho e herdeiro. Nessa época, educavam-se as crianças de maneira diferente e era inclusive de bom-tom que monarcas mantivessem uma certa distância, não mostrando os seus sentimentos. Mas não teria ele maneira de evitar que o filho se empenhasse tanto na sua luta contra o pai? Porque beneficiou ele tanto o seu ilegítimo, Afonso Sanches? Penso que, no conjunto da sua obra magnífica, essa foi uma grande falha do Rei Lavrador.


- Se pudesse devolver a vida a uma delas neste exacto momento, qual escolheria?
D. Afonso Henriques, pelos motivos apresentados e para ver se acertei, em alguns aspectos, no que diz respeito à sua faceta humana. E talvez também D. Egas Moniz. Sempre gostava de saber se ele foi mesmo de corda ao pescoço apresentar-se a D. Afonso VII de Leão e Castela...


- Mudando um pouco de tema, qual dos seus livros lhe deu mais prazer escrever?
Bem, como já disse antes, a minha época preferida é o século XII. Por um lado, por ter marcado o início da nacionalidade. Por outro, porque gosto mais da alta Idade Média, parece-me “mais medieval”. Embora o século XIII ainda pertença a esse período, D. Dinis nasceu já na segunda metade e já há uma certa transformação, o embrião daquilo que desembocará no Renascimento. Acho os séculos anteriores mais românticos, costumo dizer que gosto mais de cotas de malha do que de armaduras. As cotas de malha têm um toque sensual, adaptam-se ao corpo de quem as usa, apesar de serem de ferro e pesadíssimas. Mas são como renda, um rendilhado de ferro. Acho as armaduras, tipo carapaça, simplesmente horríveis. Por isso, gostei realmente mais de escrever sobre D. Afonso Henriques do que sobre D. Dinis, que foi, aliás, uma sugestão da editora. Embora eu ache que evoluí na linguagem, o que me faz pensar que o último romance (D. Dinis) está mais bem escrito.
Depois, há o aspecto de escrever sobre uma personagem histórica e uma fictícia. Livros como A Cruz de Esmeraldas, ou o que iniciei agora, dão mais liberdade, o enredo tem mais hipóteses de se desenvolver por si próprio. Escrevendo sobre um rei, tenho de me sujeitar a um percurso de vida “programado”, o que nem sempre é fácil, pois vejo-me na situação de arranjar uma lógica para atitudes que, às vezes, se me afiguram difíceis de explicar.


- Quais são os seus escritores favoritos? Tem algum livro a que chame, “o livro da minha vida”?
Indico sempre o Eça de Queirós como escritor favorito. O livro que mais vezes li é, sem dúvida, Os Maias (umas quatro ou cinco vezes). Adoro o poder de observação de Eça de Queirós, aqueles detalhes que tudo dizem (os “cigarros pensativos”, o “papá Monforte entalado na sua gravata”, “a coxa gorda do Dâmaso a estalar nas calças”)… Também gostei muito de ler Anthony Throllope, um inglês, um pouco anterior a Eça. Notei parecenças entre os dois. Como Eça de Queirós é posterior e era grande apreciador da cultura britânica, acho possível que se tenha inspirado um pouco em Throllope, embora nunca tenha visto referência a isso em lado nenhum.
Refiro ainda Sharon Penman, cujos romances históricos me levaram a começar a escrever, nomeadamente, o livro intitulado Here be Dragons. Sob este ponto de vista, talvez seja Here be Dragons o livro da minha vida.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Destaque Arteplural

No dia 20 de Janeiro estará nas bancas mais um volume da divertida saga de Big Nate!



Big Nate em Grande (Lincoln Peirce)

O Nate está a dar-se bem nos Escoteiros… até que o Artur – também conhecido como Sr. Perfeito – se junta ao grupo. Agora o Nate passou para segundo plano. E o Artur está a dar-lhe trabalho.
Será que o Nate vai ganhar o prémio? Ou alguém lhe vai passar a perna?

Para os fãs da hilariante série “Diário de Um Banana”, chega Big Nate, o recordista do mundo em travessuras, e que não é de todo o menino dos professores.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Destaques Pergaminho

São duas as novidades que a Pergaminho nos traz a abria 2012, ambas trazendo duas formas originais de seguir um percurso de auto descoberta.
O livro de Deepak Chopra estará nas livrarias a 20 de Janeiro e o de Geraldine Correia precisamente uma semana depois.




As Sete Leis Espirituais dos Super-Heróis - Como Usar o Seu Poder Interior para Mudar o Mundo (Deepak Chopra com Gotham Chopra)

Vivemos num momento de crise e mudança; talvez seja por isso que, agora mais do que nunca, os super-heróis tenham capturado a nossa imaginação coletiva. Seja na televisão, no cinema ou na literatura, os super-heróis saíram do mundo dos «quadradinhos» e tornaram-se um aspeto dinâmico e prevalecente da cultura popular. Dotados de poderes mágicos que desafiam as leis do espaço e do tempo, eles oferecem-nos a perspetiva de um mundo que pode mudar. E ao explorarem as fronteiras da energia e da consciência, permitindo-nos ter uma compreensão mais profunda de nós mesmos, os super-heróis podem realmente ajudar a salvar o nosso mundo!
Da busca de Buda pela verdade à luta de Batman com o seu lado sombrio, dos temores secretos de Wolverine à inspiração divina do Senhor Shiva, encontramos aqui descritas algumas das mais espantosas aventuras espirituais da história da humanidade, bem como uma explicação das lições que podemos aprender com elas. Deepak Chopra, um dos autores de maior renome no campo do desenvolvimento espiritual, junta-se ao filho Gotham Chopra, autor e cofundador da Liquid Comics, para revelar as sete leis essenciais pelas quais se regem os super-heróis – antigos e modernos, cósmicos e comerciais. Estas sete leis transformadoras vão permitir-lhe descobrir um superpoder que sempre possuiu: o de transformar o mundo, transformando-se a si próprio.




Aprendizes de Xamã - Um Jaguar Debaixo da Pele (Geraldine Correia)

Viagens Psicotrópicas de Autodescoberta

«Espero que este livro não seja incompreensível para quem nunca tomou uma planta psicotrópica. É mais fácil perceber aquilo de que falo quando se esteve no universo das visões, mas não quero ficar inacessível ou limitar-me a uma elite.

Para resumir rapidamente o que é a Ayahuasca: trata-se de uma bebida ancestral que resulta da associação de duas plantas – a Hoasca, uma trepadeira, e a Chacruna, para um efeito psicotrópico – e que induz visões em quem toma o chá de sabor acre e infame resultante da cozedura das duas plantas juntas durante horas, num caldeirão. As tomas fazem-se numa cerimónia indígena, devidamente enquadrada, para controlar os efeitos e as visões e proteger quem bebe. O xamã canta e usa tabaco (mapacho), folhas (chacapa), água florida e cantos, os ícaros, para nos guiar por uma experiência sem igual no autoconhecimento e na consciência do mundo.

Neste livro, retrato o meu percurso de aprendiz de xamã que durou três anos. Viajei muito, interiormente e exteriormente, por isso haverá saltos para diferentes pontos do planeta. Espero não causar confusão ao leitor, mas os percursos raramente são lineares.»

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Brilho de Bruxa (L. J. Smith)

Esta é uma abordagem diferente ao Mundo da Noite. Em geral estes livros começam com a aproximação de um ser sobrenatural do Mundo da Noite ao mundo humano, muitas vezes quebrando o segredo da sua identidade e da existência do Mundo da Noite e, com isso, pondo em risco os seres que ama no mundo humano. Mas apesar de o Mundo da Noite estar presente nos livros anteriores desta colecção, acaba por se tornar num cenário secundário relativamente ao mundo humano.
Já neste livro o Mundo da Noite ganha um protagonismo inegável e pela primeira vez é-nos permitido passar para além do véu de mistério que encobre este mundo mágico e espantoso, mas porém perigoso. Para mim esta é sem dúvida o que mais se salienta neste livro e que o distingue dos outros livros da colecção.
Os outros livros da colecção como que servem para alimentar a nossa curiosidade sobre o Mundo da Noite, mas nos volumes anteriores nada nos é permitido para além de um breve vislumbre.
Brilho de Bruxa tem, pois, a sua intriga principal passada no o Mundo da Noite. Keller uma adolescente metade humana e metade pantera que tem sobre os seus ombros a missão de salvar o mundo, mas para isso tem de encontrar o terceiro Poder Indomável o que não revelará uma tarefa fácil.
Só esta premissa por si seria suficiente, mas não seria este um livro de L. J. Smith se não houvesse um envolvente triângulo amoroso (do qual não vou falar). Fica esta referência apenas para aguçar a vossa curiosidade, pois apesar da história de amor e de os personagens estarem muito bem construídos, o que me impressionou mesmo neste livro foi a possibilidade de percorrer o Mundo da Noite, conhecer os sus habitantes, entender que motivações os movem e os conflitos que existem entre os seus vários habitantes.
Agora que a autora nos permitiu conhecer um pouco do Mundo da Noite, apenas posso dizer que fiquei ansiosa por saber ainda mais sobre este fascinante mundo e que já estou à espera desesperadamente do próximo volume desta colecção.
Apesar de eu ter referido os outros livros da colecção, este livro pode ser lido sem antes ler os livros anteriores pois tem uma história e personagens independentes.
Um livro imperdível para todos aqueles que apreciem uma boa história sobrenatural carregada de emoção da primeira à última página.




Autor: L. J. Smith


Editora: Editora Planeta


Páginas: 256


Género: Fantasia

domingo, 8 de janeiro de 2012

Destaque Clube do Autor

Na sua chancela dedicada às leitoras, Noites Brancas, a Clube do Autor acaba de lançar um livro com Paris como pano de fundo numa história-mosaico cuja sinopse promete muito!



Amar em Francês (Ellen Sussman)

Podia ser apenas mais um dia em Paris, mas para Josie, Riley e Jeremy é o dia que anuncia um novo futuro. Na cidade do amor, os três enfrentam as duras verdades do passado e descobrem que há outra vida à sua espera.

Um único dia em Paris altera a vida de três pessoas decididas a explorarem a cidade com os seus professores de Francês. Mais do que a língua do país, aprenderão a língua do amor e da perda, e as suas vidas cruzar-se-ão de formas surpreendentes.

Josie, Riley e Jeremy viajam para Paris por razões diferentes: Josie, uma jovem professora de liceu, chega na esperança de curar um coração partido; Riley, uma espirituosa mas solitária dona de casa expatriada, luta para sentir alguma ligação ao marido e ao novo país. E Jeremy, o reservado marido de uma famosa atriz, veio acompanhar a mulher na rodagem de um filme, mas sente-se distante do mundo dela.
Ao travarem conhecimento com os seus professores de Francês — Josie com Nico, um sensível poeta; Riley com Philippe, um inveterado conquistador; e Jeremy com a bela Chantal — sucumbem à inevitável paixão e a imprevisíveis aventuras na Cidade-Luz. À medida que atravessam as grandiosas avenidas e sinuosas ruelas de Paris, Josie, Riley e Jeremy desvendam surpreendentes segredos acerca do seu passado e acabam por encarar de frente algumas verdades há muito escondidas.

sábado, 7 de janeiro de 2012

Destaque Contraponto

A Contraponto tem apenas uma novidade neste primeiro mês de 2012, mas é uma apetitosa novidade que nos enche as medidas por si só!





Eterna Saudade (Lia Habel)

O amor nunca morre.
O amor faz palpitar todos os corações… mas será capaz de fazer bater até o coração dos mortos-vivos? Poderá uma jovem vitoriana encontrar o verdadeiro amor nos braços de um corajoso zombie?
No ano 2195, em Nova Vitória (uma nação altamente tecnológica baseada nas maneiras, na moral e na moda da antiga era), uma jovem da alta sociedade, Nora Dearly, está mais interessada na história militar e nos conflitos políticos do seu país do que nos chás e bailes de debutantes. Contudo, após a morte dos seus pais, Nora fica à mercê da sua autoritária tia, uma mulher interesseira e esbanjadora que desperdiçou a fortuna familiar e agora pretende casar a sobrinha por dinheiro. Para Nora, nenhum destino poderia ser pior – até que sofre uma tentativa de sequestro por parte de um grupo de mortos-vivos.
Isto é apenas o início. Arrancada do seu mundo civilizado, vê-se subitamente numa nova realidade que partilha com zombies devoradores, misteriosas tropas vestidas de preto e «O Lázaro», um vírus fatal que ressuscita os mortos tornando o mundo num inferno.

Dos escombros de uma cataclísmica Idade do Gelo, surge uma nova sociedade construída com base nos costumes e na moral vitoriana.

Nora Dearly, uma jovem da alta sociedade neovitoriana, conhece Bram Griswold, um atraente soldado, corajoso, nobre… e morto, que apesar disso conserva a sua inteligência e todas as partes do seu corpo graças à sorte e à ciência moderna. E quando vínculo de confiança entre eles se transforma em ternura, não há como voltar atrás. Eles sabem que a separação é inevitável, mas até lá, batendo ou não, os seus corações terão o que desejam.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

A Biblioteca de Babel - Passatempo



Para abrir as "hostilidades" de aniversário, um passatempo com um prémio que eu acho muito interessante e que não é dos mais habituais.
Trata-se de três volumes da tentadora colecção "A Biblioteca de Babel" que a Presença tem vindo a publicar a ritmo regular.
Este prémio é um aperitivo para aguçar o apetite dos leitores para o resto da colecção que conta com nomes como Oscar Wilde, H. G. Wells ou Edgar Allan Poe, entre os mais conhecidos, além de muitos outros que serão autênticas descobertas.
Os três livros aqui oferecidos serão, tenho quase a certeza, agradáveis descobertas para o vencedor deste passatempo.
O desafio vai ser um pouco (mas não demasiado) mais difícil que o habitual. Mas vai valer a pena!
Resta avisar que o passatempo encerra a 12 deste mês.

Mais informação sobre a colecção:




Regras do passatempo

1) Preencher todos os dados solicitados correctamente.
2) Apenas participantes com moradas de Portugal.
3) Apenas uma participação por cada nome, email e morada.
4) O não cumprimento da regra 3) poderá levar a exclusão em passatempos futuros.
5) Os participantes que sejam seguidores do blog terão uma chance extra no sorteio dos livros. As pessoas que não forem seguidoras terão a chance correspondente à inscrição.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Aniversário

Hoje o blogue completou o seu segundo ano. Começou calmamente, até um pouco a medo, com uma crítica a Sangue Fresco.
Depois foi crescendo a pouco e pouco, mesmo se com alguns momentos mais baixos no que toca a publicações (culpa do trabalho que "paga as contas").
Mas aqui está o blogue, ainda de pé, depois de já me ter proporcionado a oportunidade de estar frente a frente com Juliet Marillier e Cassandra Clare.
Aliás, mais de pé do que os seus quase 900 seguidores - a quem agradeço a persistência mesmo nas "épocas baixas" - não era possível.
Vou continuar por aqui e vou ter actividades a dinamizar este aniversário. Passatempos, claro, pois tenho sempre imenso gosto em aumentar as bibliotecas de quem me lê. Mas não só!
Fiquem atentos, pois espero manter-vos interessados por mais um ano. E obrigada pelo apoio, mesmo silencioso.
Todas as visitas contam muito para a estima no projecto que ainda tem muito que evoluir mas também já tem alguns aspectos que me orgulham.

Até breve e até sempre!