sábado, 22 de novembro de 2014

À Cabeceira do Rei - Passatempo



D. Afonso Henriques, o Conquistador, viveu até ao limite das suas forças, falecendo com cerca de 76 anos. D. Fernando I, D. João II e D. João VI poderão ter sido envenenados. D. Afonso VI foi vítima na infância de uma «febre maligna» que o deixou marcado para a vida: coxeava e só com grande dificuldade movia a mão e o pé direitos e, provavelmente, não via e não ouvia desse lado. Morreu aos 40 anos devido a um acidente vascular cerebral, depois de uma vida marcada pelo sofrimento. D. Maria I ficou para a história como a Rainha Louca. Aos 57 anos revelaram-se os primeiros sinais de um transtorno mental que se foi agravando e a rainha acabou por falecer num avançado estado de demência. D. Maria II sucumbiu depois de o seu corpo exausto ter dado à luz 11 filhos no espaço de 16 anos. D. Manuel II, o último rei de Portugal, morreu asfixiado por um edema da glote, «no meio da mais patética aflição», pois enquanto o rei sufocava ninguém sabia como socorrê-lo. Percorrendo as vidas de todos os monarcas portugueses, o historiador Paulo Drumond Braga apresenta-nos uma perspetiva inovadora da nossa história. Porque a doença e a morte podem revelar muito sobre a forma como se viveu, esta obra original, baseada numa investigação inédita, dá-nos a conhecer as doenças de que sofreram os reis de Portugal e as possíveis causas de morte, assim como a evolução da medicina ao longo dos tempos.




Tenho o prazer de vos poder oferecer um exemplar deste livro que muito gostei de ler e do qual publicarei a crítica em breve.

Basta que respondam correctamente a uma pergunta cuja resposta podem descobrir facilmente seguindo o link acima.

Podem conseguir uma hipótese adicional de ganharem o prémio se forem seguidores do Facebook do Páginas com Memória e partilharem publicamente o post do passatempo.

O passatempo fica activo até ao último dia deste mês de Novembro, inclusivé. Boa sorte a todos!




Regras do passatempo

1) Preencher todos os dados solicitados correctamente.
2) Apenas participantes com moradas de Portugal.
3) Apenas uma participação por cada nome, email e morada.
4) O não cumprimento da regra 3) poderá levar a exclusão em passatempos futuros.

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

As Gémeas (Saskia Sarginson)

Duas irmãs gémeas encontram-se agora em pontos completamente opostos da sua existência, como pessoas no mundo actual, mas mesmo como mulheres.
Uma delas escreve com sucesso para uma revista de moda e é um símbolo de glamour. A outra continua a lutar com a sua anorexia, problema que muito afecta 
Como é que duas raparigas cheias de vida e beleza, muito unidas, cresceram para serem estas duas mulheres em busca de uma identidade exterior
Obviamente que há um segredo no seu passado que as afectou de maneiras de diferentes e que conseguiu afastá-las.
Esse passado é absolutamente fascinante, um relato acerca de duas gémeas vivendo na orla de uma imensa floresta, cenário que sugere um misto de conto de fadas e conto de terror.
A identidade das irmãs enquanto crianças também é excepcionalmente criada, sendo personagens com traços bem distintos entre si mas cuja forte ligação emocional é sempre ricamente explorada.
Criar personalidades de crianças é um trabalho difícil mas Saskia Sarginson conseguiu dar-lhes características ricas e desafiantes sem as transformar em adultas em miniatura.
Acredita-se que são crianças que, em parte, estão para lá da sua idade, o que tem toda a razão de ser perante os desafios que enfrentam e a independência que vão criando para si próprias por serem criadas apenas pela mãe, bastante liberal e para lá das normas sociais!
Creio que é a experiência da autora que ajuda a que este seu trabalho acerca da infância resulte tão bem. Afinal ela é mãe de gémeas e a sua própria infância foi vivida numa zona rural de Suffolk.
Este conhecimento na primeira pessoa leva-a a ter um imenso sucesso na captura da relação emocional do leitor com estas personagens enquantos jovens a braços com mudanças significativas no seu lar quando a mãe vai recasar, ao mesmo tempo que descobrem uma certa magia local ao conhecerem dois irmãs gémeos de quem se vão tornando amigas.
O mesmo não acontece com as versãos adultas das irmãs, demasiado limitadas a traços de carácter quase meramente funcionais a um nível emocional.
A luta entre a vida e a morte de Viola tenta obrigar o leitor a sentir uma triste ansiedade. O retorno de Isolte ao local da sua infância para lhe desvendar os segredos tenta obrigar o leitor a sentir solidariedade pela sua abnegação.
Por isso as personagens são mais fortes em 1972 do que depois em 1987, muito embora estejamos a conhecê-las nessa altura por via das memórias da própria Viola.
Merece mesmo reparo o facto da narrativa variar muitas vezes o ponto de vista do qual parte, o que implica variações temporais, variações do tempo verbal e variações na pessoa gramatical.
A variação em si, apesar de um pouco excessiva, não seria um problema se fosse sempre óbvia, mas muitas vezes a mudança do período de tempo é brusca e pouco perceptível visto que acontece apenas no interior da memória de Viola, pelo que a voz narrativa é exactamente a mesma.
Este é o ponto negativo de estarmos perante um primeiro romance, a falta de calo da autora para dominar a estruturação da história usando as múltiplas vozes que decidiu usar. O risco disto é que pode afastar muitos leitores logo ao fim de alguns capítulos.




Autor: Saskia Sarginson


Editora: Chá das Cinco


Páginas: 288


Género: Romance