Por muito que adore romances históricos que me permitem viajar no tempo e espaço, a leitura de histórias como esta faz-me perceber a sorte que tenho em viver num século XXI, onde posso assumir a minha condição de mulher e exercer plenamente a minha liberdade individual. Pelo contrário a vida de Júlia foi sempre marcada pelo poder que ela poderia exercer se tivesse num tempo diferente, o controle que os homens tinham sobre ela encurtando bastante as suas potencialidades.
Julia Félix é um notável exercício de ficção de Livia Borges, baseado em factos históricos, sustentados numa minuciosa pesquisa sobra vida na antiga Roma, oferece-nos assim uma personagem extremamente bela e vibrante que ousou viver plenamente, e que a espaços conseguiu romper os condicionalismos culturais e familiares que sobre ela pendiam. Apesar de ser uma mulher de quem nos separam milhares de anos conseguimos identificar-nos com a maneira de Júlia pensar e de agir é sem dúvida uma mulher à frente do seu tempo, numa civilização em que as mulheres eram consideradas seres inferiores e posse do marido mesmo nas classes mais altas.
Esta forma tão única de Júlia de pensar deve-se em grande parte à influência da sua escrava celta que pertencia a uma civilização muito diferente em que as mulheres eram vistas como seres quase divinos e organizada de uma forma quase matriarcal. Esta mulher celta é também uma personagem, embora secundária, muito interessante que nos oferece uma perspectiva diferente sobre os povos conquistados pelos romanos que, embora vendidos e escravizados, não vendem a sua alma, mantém as suas crenças e valores e de certa forma acabam por influenciar o próprio povo romano que os conquistou.
No entanto Júlia tem um brilho que ofusca as restantes personagens com ela rimos, choramos, ansiamos, revoltamo-nos, vivemos mesmo um pouco da sua vida rica e cheia de peripécias.
Quando pensamos em Pompeia inevitavelmente pensamos na sua destruição e na tragédia de todas aquela vidas perdidas. No entanto, Livia Borges oferece-nos não o retrato de uma Pompeia moribunda, mas o retrato de uma cidade pulsante de vida, sensualidade e jogos de intriga e poder. É um verdadeiro privilégio para o leitor ter acesso ao dias da era dourada de Pompeia poder entender como viviam, pensavam e agiam os seus habitantes, numa linguagem leve e cativante capaz de envolver completamente o leitor em cada linha, parágrafo ou página.
Um livro fantástico a não perder.
Esta forma tão única de Júlia de pensar deve-se em grande parte à influência da sua escrava celta que pertencia a uma civilização muito diferente em que as mulheres eram vistas como seres quase divinos e organizada de uma forma quase matriarcal. Esta mulher celta é também uma personagem, embora secundária, muito interessante que nos oferece uma perspectiva diferente sobre os povos conquistados pelos romanos que, embora vendidos e escravizados, não vendem a sua alma, mantém as suas crenças e valores e de certa forma acabam por influenciar o próprio povo romano que os conquistou.
No entanto Júlia tem um brilho que ofusca as restantes personagens com ela rimos, choramos, ansiamos, revoltamo-nos, vivemos mesmo um pouco da sua vida rica e cheia de peripécias.
Quando pensamos em Pompeia inevitavelmente pensamos na sua destruição e na tragédia de todas aquela vidas perdidas. No entanto, Livia Borges oferece-nos não o retrato de uma Pompeia moribunda, mas o retrato de uma cidade pulsante de vida, sensualidade e jogos de intriga e poder. É um verdadeiro privilégio para o leitor ter acesso ao dias da era dourada de Pompeia poder entender como viviam, pensavam e agiam os seus habitantes, numa linguagem leve e cativante capaz de envolver completamente o leitor em cada linha, parágrafo ou página.
Um livro fantástico a não perder.
Autor: Lívia Borges
Editora: Editorial Presença
Páginas: 504
Género: Romance Histórico
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