terça-feira, 13 de setembro de 2011

A Rainha Vermelha (Philippa Gregory)

Philippa Gregory tem um talento único para criar uma história e dar vida aos seus personagens. O fascinante da escrita de Gregory é que, embora os seus romances sejam ficção, percebe-se a enorme pesquisa efectuada nos fundamentos históricos subjacentes à construção da sua obra. A sua escrita é extremamente fácil de ler, compreender e seguir, sem contudo perder a sua profundidade.
A Rainha Vermelha é um livro de leitura fácil e agradável, talvez um tudo-nada “curto”, dado que nos deixa com àgua na boca para ler mais páginas desta brilhante escritora. Eu li este livro em duas noites não me conseguindo conter para saber o final do livro. Pessoalmente prefiro histórias repletas de detalhe e conteúdo, e esta obra está recheada de detalhes sumarentos para se perceber toda a história real que está por de de trás do livro, como por exemplo o triunfo do filho de Margarida Beaufort, Henrique Tudor.A autora narra a história de uma guerra pelo trono de Inglaterra, a batalha entre a Casa de York e a Casa de Lancaster, neste caso na perspectiva dos Lancaster, atravês do olhar de Margarida Beaufort, mãe do celebre Henrique Tudor.O romance retrata-nos o crescimento e amadurecimento da religiosíssima Margarida Beaufort, do seu casamento com Tudor, quando ainda era uma criança, passando pela esperança em conceber o herdeiro do trono, à experiencia do nascimento do seu filho, onde descobre que sua mãe havia instruído as parteiras para em caso de terem que escolher entre ela e o bebé, escolherem o bebé.Após o nascimento, Margarida coloca o seu filho no topo de suas prioridades, acreditando piamente que o seu filho deve ser o rei de Inglaterra. Margarida é extremamente devota, e acredita ouvir a voz de Deus, e que por Ele é dirigida e guiada. A autora diz claramente, que Margarida acreditava ser quase divina, e via-se como mãe do rei de Inglaterra. A piedade e as visões de Margarida desempenhavam um papel fulcral em suas acções. Ela comparava-se a Joana d'Arc e afirmava estar muito próxima de Deus.A história continua retratando a vida de Margarida após o nascimento do filho, mostrando como ela é afastada dele durante a sua infância, adolescência e inicio da vida adulta, enquanto ele é criado por outras pessoas, incluindo um seu inimigo.A autora oferece-nos uma história fantástica, fazendo de Margarida Beaufort, uma mulher forte e profunda, com uma grande multidimensionalidade algo raro em personagens de ficção histórica, que nos permite ter uma noção realista de quem terá sido de facto esta mulher. No entanto é importante não esquecer que embora alicerçada e factos reais, esta história é ficção. Embora nos traga à luz do dia factos históricos bem menos celebres que a posterior história da Dinastia Tudor.É com grande mestria que Philippa Gregory retira Margarida Beaufort das sombras da História em que geralmente é apenas um nome de referência por ter sido mãe de Henrique VIII, fazendo-a viver, respirar e sonhar atravês da sua magnifica escrita. Ninguém o poderia ter feito melhor.Se é verdade que existem poucos romances históricos verdadeiramentes bons, também verdade que existem poucos autores do género realmente bons e Philippa Gregory faz sem duvida parte desse pequeno grupo.Um livro de leitura obrigatória não só para quem gosta de ficção histórica e se interessa pela monarquia da Inglesa, mas por quem gosta de ler um livro de ficção escrita com mestria e repleto de conteudo histórico fiavél. Uma verdadeira pérola do romance histórico.





Autor: Phillipa Gregory


Editora: Civilização


Páginas: 408


Género: Romance Histórico

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