Por estranho que possa parecer, antes de ter deixado a sua marca indelével no romance, com livros repletos de personagens cómicos, caprichoso e enternecedores, Teresa Medeiros escreveu A Conquistadora, publicado pela primeira vez em 1989, no qual brilha uma princesa guerreira chamada Gelina, que até envergonharia a própria Xena. Tal como ela, Gelina sobreviveu a um passado trágico, que a marcou e a transformou numa feroz mas belíssima donzela de guerreira e, mais uma vez, por debaixo de um exterior formidável há um coração terno que busca redenção e amor.
Uma história que decorre na Irlanda pagã, o herói do nosso romance é o histórico Conn das Cem Batalhas, o alto-rei de Tara que uniu o norte com o sul, com o seu bando de guerreiros, os Fianna (de forma geral, semelhantes aos Cavaleiros da Távola Redonda), ele impôs a paz e a ordem aos muitos pequenos e caóticos reinos de Erin. No início da história, Conn está no seu apogeu – tendo já atingido a magnanimidade mas não sendo um jovem.
Todavia o desastre parece agigantar-se no horizonte. O reino de Conn está ainda rodeado por inimigos invejosos, o seu rival, Eoghan Mogh, vai tomando seu tempo e esperando uma oportunidade para tomar as rédeas do poder. E ainda mais presente e concreto, um terrível monstro aterroriza a população, dizimando um a um dos seus Fionna.
A Conquistadora é uma leitura divertida, combinando de forma admirável o romance, a aventura e o inimitável charme da autora. É uma mudança muito bem recebida no género, distanciando-se daqueles romances que parecem seguir a fórmula de “ligar os pontos” como algo romances mais recentes que nos parecem um tanto ou quanto desprovidos de conflito interno e exterior, algo que esta obra nos oferece de forma exímia. Em nosso ver, os melhores romances apresentam obstáculos aparentemente intransponíveis entre o herói e a heroína – conferindo ao leitor uma estranha e apreensiva que não nos abandona até ao final. Algo que aqui encontramos em grandes doses.Mas há também que notar que A Conquistadora é um primeiro romance, e tal como muitas obras iniciais tem algumas falhas técnicas, anacronismos históricos e até erros gramaticais. A trama é um pouco desordenada, contém algumas incoerências do ponto de vista e algumas confusões botânicas gritantes. Por exemplo, Medeiros, menciona abóboras e tomates – ambos os vegetais são provenientes do Novo Mundo e, obviamente, desconhecidas desta Irlanda. Ou por que seria o banho de Gerlina perfumado de gardénias, que vêm das selvas de África.Normalmente erros destes têm o efeito de provocar em quem lê algum desencanto. Mas naquilo em que a obra falha em excelência técnica compensa com um entusiasmo empolgante. Na realidade, até nos recordámos frequente da Xena, a Princesa Guerreira, já que além de ser uma heroína que enverga uma espada também a série abusava de toda e qualquer acuidade histórica, e fazia-o com orgulho, e com sucesso!Por isso, apesar de A Conquistadora nunca poder vir a ser o melhor trabalho de Medeiros, é um romance entretido e muito capaz de nos deliciar.
love the cover for this one. romance and magic wrapped up well.
ResponderEliminarHi!
ResponderEliminarThanks for stopping by!
The book is published in english: http://www.teresamedeiros.com/
Hope you get a chance to read it!
All the best,
Joana