segunda-feira, 28 de junho de 2010

Trança de Inês (Rosa Lobato de Faria)

Peguei neste este livro julgando que se tratava de um romance semelhante a muitos outros já publicados que descreveria a história de D. Pedro e D. Inês de Castro. Aliás mais não seria de esperar depois de ler a sinopse.
No entanto, quando comecei a ler a história de um tal Pedro, na era contemporânea num manicómio, fiquei abismada e zangada.
Eu adoro toda a mítica história da Inês de Castro e, em geral, detesto adaptações modernas das grandes histórias porque penso o que as torna tão interessantes é precisamente a época e a sociedade particular em que são passadas. E se a história é boa assim para quê recorrer a adaptações que o que fazem geralmente é tirar todo o charme à história original? Por esta minha maneira de pensar era para nem sequer continuar a ler o livro.
Mas devido à grande autora que escreveu e temática ser na mesma sobre D. Inês resolvi dar uma segunda oportunidade ao livro e não me arrependi.
O livro adapta a grande história de Pedro e Inês como se as suas almas reincarnassem ao longo de três períodos do Tempo. O século XIV, do qual conhecemos esta famosa história. O século XX em que Pedro se encontra no manicómio pois o seu grande amor por Inês leva a que enlouqueça quando o seu pai a manda matar, fugindo para tentar viver com o seu corpo morto o amor que não pode viver completamente quando ela vivia. E numa terceira vida, no futuro, em que só os “melhores” se podem reproduzir, as pessoas vivem em função do bem comum e do bem do ambiente.
Surpreendeu-me, gostei bastante do livro que é mais prosa poética e do que prosa e que descreve o romance de Pedro e Inês de forma muito sentida e sentimental - o momento em Pedro foge com Inês é fantástico.
No entanto, a constante nestes três períodos de tempo é o fim de Pedro e Inês, sempre triste e trágico. Penso que a autora poderia ter aproveitado a ideia da reencarnação para lhes dar um final feliz.




Autor: Rosa Lobato Faria


Editora: Biis / Leya


Páginas: 224


Género: Romance

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