quarta-feira, 20 de abril de 2011

Destaque Antígona

Lançado este mês com um prefácio de Teolinda Gersão, Ondina é um livro cuja influência convém conhecer e reconhecer. Uma leitura imperdível.


«Que adorável poema é Ondina! Este poema é, ele próprio, um beijo.»
HEINRICH HEINE


Na vasta obra de La Motte-Fouqué (1777-1843), que inclui desde poesia de inspiração diversa a contos, narrativas, romances e teatro, destaca-se Ondina – o conto maravilhoso agora publicado pela Antígona. Um dos textos mais lidos e celebrados no seu tempo, Ondina (1811) é a reactualização de um mito – o da ninfa e espírito das águas que abandona o seu admirável mundo subaquático, onde árvores de coral resplandecem com frutos azuis, e parte em busca de uma alma humana.

Elogiada por Heine e Poe, a obra Ondina exerceu um genuíno fascínio sobre os leitores no período romântico, pela mestria literária, pelos novos moldes a que a matéria mitológica foi sujeita e pelos temas intemporais: Ondina como metáfora da condição do Homem, como ser imperfeito e condenado à errância, dissolvendo-se simbolicamente nas águas ou perdendo-se no vento.

Como obra intemporal, o legado de Ondina reflectiu-se no campo literário (por exemplo, n’ A Sereiazinha, de Hans Christian Andersen, e em Ondine, de Jean Giraudoux) e em várias expressões artísticas, da ópera e do bailado (Undine, de E.T.A. Hoffmann) ao cinema, destacando-se recentemente Ondine, o filme de Neil Jordan.

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