Aqui ficam alguns dos títulos que a Europa-América vai editar este mês e que merecem toda a atenção dos leitores, entre eles mais três livros de bolso a recuperarem obras um pouco esquecidas de grandes autores.
Balthazar Jones vive na Torre de Londres com a sua esposa, Hebe, e com a Sr.ª Cook, uma tartaruga centenária, e é um dos guardas do histórico local. (Sim, alguns beefeaters vivem na Torre.) E não é tarefa fácil ser guarda numa das maiores atracções turísticas de Londres.
Entre as estranhas personagens que habitam o labirinto de casas antigas e escadas em caracol, contam-se Ruby Dore, a dona do bar Rack & Ruin, que ficou a saber que está grávida; o reverendo Septimus Drew, um inveterado solteirão que ninguém sonha que tem um carreira de êxito como escritor de livros eróticos; o galante tratador de corvos que só pensa em vingar a morte de um dos seus queridos animais; Valerie Jennings, a melhor amiga de Hebe, que está apaixonada pelo pica-bilhetes Arthur Catnip; e o fantasma de Sir Walter Raleigh, cujos ruidosos passeios nocturnos e vício do tabaco perturbam o merecido sono dos habitantes da Torre.
A paixão de Hebe e Balthazar, outrora forte, enfraqueceu desde a morte do filho do casal. Hebe consola-se com o seu trabalho na Secção de Perdidos e Achados do Metro de Londres, onde devolve objectos perdidos aos seus donos (entre malas e chaves, contam-se estranhas preciosidades como um óscar de Dustin Hoffman, 157 dentaduras e um cofre inviolável). Balthazar não derramou uma lágrima desde o trágico incidente, e Hebe está cada vez mais distante do marido.
O casamento está por um fio quando a rainha confia a Balthazar a tarefa de conceber um jardim zoológico na Torre, para abrigar as estranhas oferendas peludas e de quatro patas que os dignitários estrangeiros oferecem à monarca. É então que o dia-a-dia na Torre se torna muito agitado. Os pinguins fogem e as girafas são roubadas. E Balthazar está em apuros. E, como se não bastasse tudo isto, a sua querida tartaruga desaparece e Hebe abandona-o. Nestas circunstâncias, o que pode fazer um guarda da Torre de Londres?
A presente obra complementa o retrato humano, social e poético do autor, que nos foi oferecido no seu livro de memórias Confesso que Vivi. É formada por diversos cadernos, agrupados por estilos que variam entre a carta, a palestra, o poema e a narrativa de viagem, e temas que vão desde a divagação poética, viagem efectuada pelo autor ao fundo de si mesmo, até ao relato de experiências vividas ou ao discurso sobre o papel social do poeta. A última parte do livro refere em especial a situação política no Chile.
É, sobretudo, um retrato psicológico do autor, mas um retrato instantâneo, com toda a verdade e naturalidade que a ausência de pose determina.
A continuação de Entrevista com o Vampiro e O Vampiro Lestat.
A viagem de Lestat até uma caverna numa ilha grega desperta Akasha, rainha dos malditos e mãe de todos os vampiros, do seu sono de seis mil anos.
Desperta e sedenta de sangue, Akasha traça o seu maléfico plano para dominar o mundo dos vivos.
Num concerto em São Francisco, Lestat ignora que entre os fãs há centenas de vampiros dispostos a destruí-lo por ter revelado a condição dos seus semelhantes.
Um misterioso sonho é partilhado por um grupo de homens e vampiros. Quando todos se aproximam, o sonho torna-se mais claro e tudo aponta para uma tragédia indescritível.
Escritos Íntimos – Charles Darwin
A presente colectânea de textos permite conhecer a personalidade de Darwin nos momentos cruciais da vida deste homem sábio, brando e humorado. Da carta que, nos seus tempos de estudante, envia ao seu pai, para que ele abençoe a sua viagem, até às notas escritas quando se tornou pai de família, o controverso teórico da evolução revela uma perfeita conduta de cavalheiro.
Antes do seu casamento, traçou um quadro no qual pesava os prós e os contras da cerimónia. Depois do enlace, Darwin corresponde-se com a sua mulher, que quer salvá-lo dos perigos do ateísmo.
O interesse destes textos não é somente conhecer as várias facetas de Darwin mas também remeter a escrita para uma zona de fronteira, onde a ciência confina com a intimidade. Pois a curiosidade científica de Darwin centra-se nele próprio ou nas pessoas que preza e que o rodeiam na vida quotidiana. Da primeira viagem às observações pacientes e ternas sobre o crescimento dos seus filhos, nestes textos íntimos, o sábio homem da ciência revela-se como ser humano.
A História Mais Bela do Mundo – Rudyard Kipling
Por vezes restringida a O Livro da Selva e a contos humorísticos que escrevia para os filhos, a obra de Rudyard Kipling, autor galardoado com o Prémio Nobel da Literatura em 1907, é em grande medida desconhecida. Em particular, o considerável corpus de contos e romances nos quais o seu espírito curioso, fazendo jus ao humor inglês, é certeiro.
N’A História Mais Bela do Mundo, Kipling leva a crer que a inspiração surge dos detalhes mais prosaicos que só o artista pode transcender, que só várias coincidências e contingências dão azo a uma obra de arte e que a arte sublima o real e o maravilhoso ombreia com a ciência.
Feliz Insucesso precedido de Cocorocó – Herman Melville
Herman Melville, sem dúvida o maior romancista americano do século XIX, não foi somente o autor de Moby Dick mas também de um grande número de obras-primas de vários géneros. Nestas breves prosas, Melville resumiu a profundidade e a refinada imaginação das suas obras maiores: os dois contos – publicados em revistas em meados de 1850, num dos períodos mais criativos de Melville – revelam um autor ora realista, que se deleita na sordidez e nos detalhes da América do seu tempo, ora fulgurante, forçando a escrita até ao delírio. Sob os sainetes de Melville, revela-se incessantemente um caleidoscópico conhecimento enciclopédico, que invoca vários aspectos da tradição, impregnados na acidez corrosiva do mundo moderno. Mistura explosiva de géneros que assenta na improvável transfiguração do real quotidiano, os contos oscilam ora entre a alegria e a resignação ora entre a salvação e o fracasso.
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