Este livro conta a história em primeira mão de Sonia Sampayo, uma jovem espanhola que casa com um senegalês muçulmano e polígamo.
Mal li a sinopse fiquei com imensa curiosidade em ler o livro e a pensar o que levaria uma rapariga ocidental a aceitar um casamento em tais condições. A minha primeira ideia foi logo ou que ela era louca ou que o marido a tinha seduzido e enganado. Sem querer estava a ser preconceituosa, porque ao pôr-me no papel do personagem principal era incapaz de me imaginar a viver uma situação semelhante.
O livro revelou-me uma realidade completamente diferente, com a autora a surpreender-me pela sua lucidez e pela forma racional, mas ao mesmo tempo terna, como analisa o mundo à sua volta.
E com uma escrita muito simples e clara relata-nos a sua vida sem grandes floreados. Desde da sua infância, falando-nos da dolorosa morte do seu pai, da sua relação muito próxima com o seu irmão e da sua grande paixão pela dança.
Já na sua juventude conta-nos como começou a desenvolver um grande fascínio pelo Senegal, pelos seus habitantes e pela sua cultura tão diferente da nossa. E realmente é bastante interessante conhecer um povo com uma cultura tão distinta, muito mais despreocupados e que nunca gostam de estar sozinhos. Por isso não foi uma loucura de momento, antes de se apaixonar pelo marido Sónia apaixonou-se pelo seu país, pela sua cultura e pela sua dança.
A sua vida é uma lição que o amor ultrapassa todas as culturas e preconceitos. E que não existe uma cultura melhor ou pior, existe uma grande especificidade de culturas que torna o nosso mundo mais rico e nos torna a nós mais ricos quando mergulhamos nelas.
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