Eu sinceramente pensava que este livro era um romance ao estilo de Chocolate, sem dúvida o mais célebre da autora, ou seja um livro com muito romance e um bocadinho de magia.
Não podia estar mais enganada. O que me esperava era um livro onde nada nada daquilo que parece é real. Não é por acaso que o livro ocorre no espaço do mundo virtual dos webjournals.
De facto, é uma ideia muito original. Logo no início a história torna-se um pouco confusa porque não temos a certeza do que é real e o que não é ou de quem é na realidade cada pessoa.
E quando finalmente chegamos a cerca de meio do livro e já achamos que começamos a entender minimamente a história ele dá uma grande reviravolta e deixa-nos abismados.
O personagem principal, o rapaz dos olhos azuis, é ao mesmo tempo sedutor, assustador, inteligente e profundamente intrigante. Já Albertine parece ser doce e inocente. Mas como eu já disse nada do que aparenta ser neste livro é.
Tudo são sombras, por vezes enganosas, da mesma história. A verdade só é revelada no final do livro, embora ache que este ficou um pouco aquém do resto da história, mas não deixa de ser surpreendente. Aliás o livro é totalmente imprevisível do principio ao fim.
Adoro a prosa da autora, poética e açucarada, mas carregada de ironia por vezes corrosiva como um veneno que inicialmente parece doce ao trago mas não deixa de ser mortal.
As cores são usadas de forma neurótica, o que por vezes se torna irritante. Mas as personagens são maravilhosamente complexas e os heróis desta história são ao mesmo tempo os vilões.
Um óptimo livro para quem quiser sair da rotina e quiser algo diferente de forma especial.
Autor: Joanne Harris
Editora: Edições Asa
Páginas: 436
Género: Romance
quinta-feira, 31 de março de 2011
segunda-feira, 28 de março de 2011
Destaques Planeta
Apesar de o final de Março se aproximar ainda há (da minha parte) títulos a anunciar. Um deles - A Princesa Guerreira - tendo mesmo sido lançado hoje.
Jess, professora em Londres, é vítima de um ataque de que não consegue recordar-se. Tudo indica que o agressor é um homem que a conhece bem. Assombrada pelo medo e pela suspeita, Jess refugia-se na casa isolada da irmã, na fronteira do País de Gales. O silêncio que procura é, porém, interrompido pelo choro de uma misteriosa criança.
A casa, a floresta que a cerca e o vale mais abaixo transportam ecos de uma grande batalha, travada dois mil anos antes. Ali caiu Caratacus, liderando a resistência das tribos da Britânia aos invasores romanos. O rei foi capturado e levado para Roma como prisioneiro, juntamente com a mulher e com a filha, a princesa Eigon.
Sentindo-se impelida a investigar a história de Eigon, Jess segue os seus passos até à Roma de Cláudio e de Nero, onde a princesa assistiu ao grande incêndio, presenciou a perseguição movida aos cristãos e privou com o apóstolo Pedro. Aqui, talvez o mistério da extraordinária vida de Eigon se desvende, ou Jess se abandone progressivamente à sua obsessão, arriscando uma proximidade crescente com o seu. No limiar entre o sonho e a vigília, a loucura e a clarividência, duas mulheres separadas por dois mil anos de História partilham o mesmo segredo, nas encruzilhadas e labirintos de uma perseguição milenar.
O trompete verde de Miles Davis, em exposição na biblioteca da Universidade de Rutgers, em Newark, é roubado, sem se perceber exactamente como foi possível.
Um detective português emigrado nos EUA, que trabalha por conta própria em pequenos casos de infidelidade, traições e divórcios é colocado na pista do trompete pelo seu amigo, o reitor da universidade, mas não se sente nada à vontade fora da sua rotina. Grande amante de jazz, resquícios de uma mulher americana com quem viveu e lhe incutiu essa paixão, e também grande amante de livros e livrarias: vai recorrentemente à Barnes & Noble para pensar no caso e acalmar a olhar para as lombadas. Na agência, tem dois assistentes a trabalhar consigo: uma mulher/secretária e um ajudante/fotógrafo que deixa bastante a dever à inteligência.
Durante a investigação, este detective português (que desmaia quando vê cadáveres) vai-nos conduzindo pelos pontos de encontro da comunidade portuguesa de Newark e seus habitantes. Guia-nos também pela realidade social de Newark e de Nova Iorque, como por um território de guerra declarada entre os gangues que dominam a cidade e a própria polícia e forças políticas das cidades, os problemas e dramas dos emigrantes ilegais à mercê destas máfias. Estão também retratadas a beleza e a podridão da Grande Maçã e das cidades satélites do outro lado do rio Hudson, onde se desenha uma geografia concreta da emigração e da comunidade portuguesa em particular.
Tudo isto imerso em jazz.
Vinte e cinco anos após a primeira edição, só a citação de Eça envelheceu um século neste resumo, pois Hotel Lusitano continua a retratar-nos por inteiro e, se algumas rugas de expressão tiver, só lhe dão mais charme: são do sorriso.
Os quartos terão agora televisão, haverá um terraço-bar na cobertura, como observa, no prefácio à presente edição, esse americano que quase poderia ser protagonista chamado Richard Zenith. Mas neste Hotel Lusitano, o primeiro romance de Rui Zink, continuamos em casa, ao espelho.
Estabelecendo uma nova teoria definidora da cultura portuguesa desde o início da nacionalidade, Introdução à Cultura Portuguesa, (dotado de um sintético mas esclarecedor prefácio de Guilherme d’Oliveira Martins, outro grande especialista deste tema), divide a história da cultura portuguesa em quatro correntes de pensamento - messianista, racionalista, modernista e espiritualista - e cinco períodos temporais, destacando o primeiro período (de D. Dinis à epopeia dos Descobrimentos) como o grande momento enformador e cristalizador das dez categorias maiores da nossa cultura.
Com uma organização clara, que permite ao leitor apreender rapidamente a proposta do autor sobre a arquitectónica da história da literatura, da cultura e do pensamento portugueses, Introdução à Cultura Portuguesa, para além de apontar os «cinco pecados da cultura portuguesa», traz-nos ainda uma visão das relações culturais entre Portugal e o Brasil numa perspectiva nunca antes abordada.
A casa, a floresta que a cerca e o vale mais abaixo transportam ecos de uma grande batalha, travada dois mil anos antes. Ali caiu Caratacus, liderando a resistência das tribos da Britânia aos invasores romanos. O rei foi capturado e levado para Roma como prisioneiro, juntamente com a mulher e com a filha, a princesa Eigon.
Sentindo-se impelida a investigar a história de Eigon, Jess segue os seus passos até à Roma de Cláudio e de Nero, onde a princesa assistiu ao grande incêndio, presenciou a perseguição movida aos cristãos e privou com o apóstolo Pedro. Aqui, talvez o mistério da extraordinária vida de Eigon se desvende, ou Jess se abandone progressivamente à sua obsessão, arriscando uma proximidade crescente com o seu. No limiar entre o sonho e a vigília, a loucura e a clarividência, duas mulheres separadas por dois mil anos de História partilham o mesmo segredo, nas encruzilhadas e labirintos de uma perseguição milenar.
O trompete verde de Miles Davis, em exposição na biblioteca da Universidade de Rutgers, em Newark, é roubado, sem se perceber exactamente como foi possível.
Um detective português emigrado nos EUA, que trabalha por conta própria em pequenos casos de infidelidade, traições e divórcios é colocado na pista do trompete pelo seu amigo, o reitor da universidade, mas não se sente nada à vontade fora da sua rotina. Grande amante de jazz, resquícios de uma mulher americana com quem viveu e lhe incutiu essa paixão, e também grande amante de livros e livrarias: vai recorrentemente à Barnes & Noble para pensar no caso e acalmar a olhar para as lombadas. Na agência, tem dois assistentes a trabalhar consigo: uma mulher/secretária e um ajudante/fotógrafo que deixa bastante a dever à inteligência.
Durante a investigação, este detective português (que desmaia quando vê cadáveres) vai-nos conduzindo pelos pontos de encontro da comunidade portuguesa de Newark e seus habitantes. Guia-nos também pela realidade social de Newark e de Nova Iorque, como por um território de guerra declarada entre os gangues que dominam a cidade e a própria polícia e forças políticas das cidades, os problemas e dramas dos emigrantes ilegais à mercê destas máfias. Estão também retratadas a beleza e a podridão da Grande Maçã e das cidades satélites do outro lado do rio Hudson, onde se desenha uma geografia concreta da emigração e da comunidade portuguesa em particular.
Tudo isto imerso em jazz.
Vinte e cinco anos após a primeira edição, só a citação de Eça envelheceu um século neste resumo, pois Hotel Lusitano continua a retratar-nos por inteiro e, se algumas rugas de expressão tiver, só lhe dão mais charme: são do sorriso.
Os quartos terão agora televisão, haverá um terraço-bar na cobertura, como observa, no prefácio à presente edição, esse americano que quase poderia ser protagonista chamado Richard Zenith. Mas neste Hotel Lusitano, o primeiro romance de Rui Zink, continuamos em casa, ao espelho.
Estabelecendo uma nova teoria definidora da cultura portuguesa desde o início da nacionalidade, Introdução à Cultura Portuguesa, (dotado de um sintético mas esclarecedor prefácio de Guilherme d’Oliveira Martins, outro grande especialista deste tema), divide a história da cultura portuguesa em quatro correntes de pensamento - messianista, racionalista, modernista e espiritualista - e cinco períodos temporais, destacando o primeiro período (de D. Dinis à epopeia dos Descobrimentos) como o grande momento enformador e cristalizador das dez categorias maiores da nossa cultura.
Com uma organização clara, que permite ao leitor apreender rapidamente a proposta do autor sobre a arquitectónica da história da literatura, da cultura e do pensamento portugueses, Introdução à Cultura Portuguesa, para além de apontar os «cinco pecados da cultura portuguesa», traz-nos ainda uma visão das relações culturais entre Portugal e o Brasil numa perspectiva nunca antes abordada.
domingo, 27 de março de 2011
O Jogador de Râguebi (Óscar Bustamante)
É um bom livro, mas que no início me obrigou a "querer" lê-lo, porque o texto não é assim tão fluído, mas, depois de entrarmos na história, sem dúvida que o podemos aproveitar bem.
Com o seu casamento em ruptura os pais de António resolvem fazer uma tentativa derradeira para salvar o seu casamento e fazer o amor renascer percorrendo a Europa e para estarem completamente sozinhos deixam o seu filhos um jovem adolescente num colégio interno em Inglaterra.
O jovem chileno é de um pais desconhecido para os alunos e cor da sua pele distingui-o dos outros.
Tenho de confessar que o inicio do livro me chocou um pouco, é particularmente doloroso ver tanta descriminação injusta e cruel pelos olhos de um menino que ainda por cima tem a família à beira da ruptura. Apesar deste livro se passar na época da pós-guerra penso que infelizmente esta é uma realidade que ainda se verifica actualmente em muitos contextos.
No entanto, esta é também uma história de esperança, pois António descobre no râguebi uma forma de finalmente se integrar e fazer alguns amigos e por finalmente alguma alegria surge na vida do pequeno António. No entanto, acabam por surgir novos problemas pois o melhor jogador da equipa não gosta de ver o seu status ameaçado e, para além disso, começa a seduzir a rapariga de quem António gosta.
Ainda assim senti-me seduzida com este retrato cruel, doloroso, mas ao mesmo tempo doce e melancólico da adolescência, com uma escrita límpida e fortemente narrativa e prenhe de sentimentos contraditórios que tanto nos faz gelar o coração como nos leva até às lágrimas.
Editora: Bizâncio
Páginas: 288
Género: Romance
Ervamoira - Passatempo
Tenho hoje a oportunidade de voltar a colaborar com a Civilização de forma a oferecer um exemplar do livro Ervamoira.
O vencedor será sorteado entre quem responder correctamente a uma pergunta muito simples.
Para encontrarem a resposta deverão consultar o site dedicado a este livro até ao próximo dia 2 de Abril.
Regras do passatempo
1) Preencher todos os dados solicitados correctamente.
2) Apenas participantes com moradas de Portugal.
3) Apenas uma participação por cada nome, email e morada.
4) O não cumprimento da regra 3) poderá levar a exclusão em passatempos futuros.
5) Os participantes que sejam seguidores do blog terão uma chance extra no sorteio dos livros. As pessoas que não forem seguidoras terão a chance correspondente à inscrição.
Já Não se Fazem Homens como Antigamente (vários)
A melhor forma de falar de coisas sérias é a brincar e é o que nos demostra este pequeno livro com os seus contos modernos, sardónicos e bastante engraçados.
Aborda desde temas clássicos aos mais actuais. Desde o mito do príncipe encantado que tem encantado milhões de mulheres e que obviamente tinha de ter um mau fim, pois todos os loucos que perseguem apenas mitos acabam por se dar mal não fazendo lembrar o lado mais obscuro dos contos de fadas...
Aborda também temas tão actuais como os brinquedos das sex shops e o uso do viagra pelos idosos de forma hilariante, talvez até de forma um pouco cruel sem qualquer tipo de preconceitos morais.
No entanto, apesar dos 4 contos serem bons com linguagem muito acessível e flúida e que me arrancaram bastantes gargalhadas o meu conto preferido foi a A Lâmina do Amor, talvez por ser o menos exagerado e irrealista dos 4 e que se encaixa perfeitamente na realidade actual. Conta a história de um homem que fica completamente obcecado por uma mulher que conheceu no Facebook e está disposto a perseguir a sua obsessão até aos últimos limites mesmo que isso signifique perder toda a sua vida até a conhecer.
Um livro surpreendente para passar uns bons momentos e que de uma forma irónica e sagaz nos faz refllectir sobre os temas de que fala...
Autor: Daniela Pereira, João Pedro Duarte, Miguel Almeida e Pedro Miguel Rocha
Editora: Esfera do Caos
Páginas: 176
Género: Humor/Contos
sábado, 26 de março de 2011
Destaques Contraponto
Tendo lançado ontem o livro de Marc Levy, a Contraponto já tem cá fora todas as suas novidades de Março. Entre elas os regressos das séries Ghostgirl e Wings.
A vida era para Charlotte uma grande desilusão, e parece que depois de morta também não vai ser melhor. Convencida de que acabar o Ensino para Mortos lhe iria assegurar a passagem para a vida eterna, Charlotte descobre, para sua grande surpresa, que depois disso ainda vai ter de fazer um estágio!
Atender telefones num centro para adolescentes problemáticos não é a coisa mais excitante do mundo. Pelo menos não era, até Scarlet ligar: uma sessão de pedicura que corre mal deixa a sua irmã Petula em coma e Scarlet acredita que Charlotte é a única que a poderá ajudar...
Seis meses após ter salvaguardado a terra onde se encontra o portal de Avalon, Laurel tem de regressar ao reino das fadas para passar o Verão, a fim de aperfeiçoar as suas habilidades como fada do Outono. Contudo, a família e os amigos ainda se encontram em risco – e a entrada para Avalon está em perigo, agora mais do que nunca.
No momento em que impreterivelmente tem de proteger aqueles que ama, Laurel tem de aliar os seus dotes feéricos ao que há de humano em si para conseguir combater o inimigo. Nesta batalha, irá Laurel pedir ajuda a David, o seu namorado humano? Ou recorrerá ao magnetizante Tamani, por quem sente uma atracção irresistível? E será o coração de Laurel feérico, ou já demasiado humano?
O Autor Francês Mais Lido em Todo o Mundo
Mais de 20 milhões de exemplares vendidos – publicado em 41 idiomas
«Um livro escrito com o humor e a sensibilidade que ajudaram Levy a vender milhões de livros em todo o mundo.»
The Times
Mathias e Antoine são grandes amigos, ambos divorciados e com filhos. Quando Mathias se muda de Paris para South Kensington, ele e Antoine encontram a solução perfeita para criar os seus filhos num ambiente familiar: decidem viver juntos. Esta família alternativa, composta por dois solteiros trintões e pelos seus dois filhos, tem todas as vantagens possíveis e imagináveis: tarefas domésticas divididas, as crianças nunca estão sozinhas e nunca lhes falta atenção – além de nunca faltar companhia para as noites de fim-de-semana. Só existem duas regras: nunca recorrer a baby-sitters e nunca levar namoradas para casa.
Mas, como todas as famílias, esta não está isenta de tensão. Sobretudo, quando Mathias se começa a mostrar muito interessado em Audrey, uma bela e ambiciosa jornalista que um dia entra na sua livraria, por acaso…
«Esta história de dois pais divorciados que decidem criar os filhos juntos, em Londres, “sem baby-sitters e sem mulheres”, tornou-se um best-seller fenomenal.»
Livres Hebdo
Callum Ormond foi avisado.
Ele tem 306 dias.
A contagem decrescente continua...
Encurralado, com um comboio a vir na sua direcção, as hipóteses de sobrevivência de Cal são reduzidas. A polícia e os gangues são implacáveis – querem-no atrás das grades… ou morto.
A parada está a subir, mas as pistas para a Singularidade de Ormond só conduzem a mais puzzles, e a novos perigos.
A cada passo que dá, Cal sente-se mais frustrado, sem conseguir encontrar as respostas de que tanto precisa. Haverá alguém em quem possa confiar?
O relógio não pára… Cada segundo pode ser o último…
Uma aventura de cortar a respiração!
Destaques Quinta Essência
Três títulos Quinta Essência em Março. Tabu só estará disponível no dia 30, mas os restantes já estão nas prateleiras.
Eleanor Levine deixou a Irlanda há setenta anos, levando consigo pouco mais do que uma mala e o livro de receitas escritas à mão pela mãe. Agora, depois de toda uma vida, regressa de Nova Iorque com uma sabedoria duramente adquirida e memórias suas. Psicanalista conceituada, Eleanor sabe que existe uma última viagem que tem de fazer... A jovem e adorável actriz Megan Bouchier não precisava de correr atrás do sucesso, pois este chegava sem esforço. Fama foi o que ela sempre quis, até que um caso de amor desastroso lhe valeu os cabeçalhos que ela não queria. Agora, Megan precisa de um lugar para se esconder... A bela morena Rae é uma esposa maravilhosa, uma amiga leal e uma voluntária empenhada dentro da sua comunidade. No Salão de Chá Titania's, distribui chá e simpatia por toda a gente, até que um segredo doloroso do passado ameaça tudo o que mais ama... A professora Connie O'Callaghan, um coração de ouro, desistiu do amor. Alegremente, aproxima-se dos quarenta e pergunta-se porque não encontra nenhum homem igual aos heróis dos romances de amor de que tanto gosta? Enquanto Eleanor relê as palavras reconfortantes da mãe e observa o desenrolar da vida através da sua janela da bonita Golden Square, em Dublin, começa lentamente a envolver-se nas vidas de Megan, Rae e Connie. Mas será que a sabedoria acumulada e transmitida de mãe para filha ainda é relevante nos dias de hoje? E quais são os ingredientes para uma vida bem vivida?
Um amor proibido, uma traição imperdoável, uma implacável sede de vingança... Cassandra Willows fez nome como uma das mais procuradas costureiras de Londres e como criadora de ‹‹brinquedos›› íntimos muito apreciados nos quartos das damas e dos cavalheiros da elite. Mas o seu êxito não pode aliviar a culpa e a dor devido a uma traoção devastadora. Nathan Manning, conde de Blackhearth, nunca irá perdoar à bela Cassandra tê-lo abandonado sem uma palavra no dia em que iam fugir. Agora está de volta a Londres e desejoso de vingança. Munido de memórias escandalosas e provocantes, o belo e vingativo conde chantageia a sua ex-amante, forçando-a a um romance ilícito... e reacende o fogo ardente que antes consumira ambos. Mas ao perderem-se no êxtase erótico renascido, Nathan e Cassandra estão a tentar a sorte — ficando vulneráveis a um passado que ainda ameaça destruir as suas vidas e a sua paixão; à mercê de segredos sombrios e tácitos que são chocantemente, perigosamente... tabu. Finalista na categoria de Melhor Romance Sensual no Australian Romance Readers Awards.
O amor está vivo. Temos de o procurar enquanto vivemos. Uma estranha e súbita morte leva um grupo de amigos a procurar respostas que os façam encontrar um sentido para aquele inesperado acontecimento.
Numa viagem em que se irão confrontar com o mundo, com os outros e finalmente consigo próprios, vão viver momentos de intensa alegria, cheios de risos e afectos, mas também momentos marcados pelas aparências, pelas lágrimas e pelas desilusões. Gradualmente, aproximam-se do limite a que conduzem as suas opções. Nessa altura, dá-se o confronto entre o desejo de deixar tudo para trás e retomar os dias de sempre e a vontade de penetrar definitivamente no caminho que os levará às respostas que, afinal, sempre procuraram.
Título em reedição
Destaque Casa das Letras
Aqui fica a lista dos títulos que a Casa das Letras lançou (ou ainda vai lançar) durante este mês que se aproxima do fim.
Norberto Fuentes foi um membro da Revolução Cubana e fez parte, durante anos, do círculo mais próximo de Fidel Castro. Mas, nos finais dos anos 80, quando o regime começou a enviar alguns dos seus camaradas mais antigos para o pelotão de fuzilamento, passou a ser Um Homem Que Sabia de Mais. Tendo escapado à pena de morte e agora a viver no exílio, Fuentes converteu o seu conhecimento e a sua experiência naquela a que muitos chamam a biografia definitiva de Fidel Castro, mas fê-lo na primeira pessoa, como se fosse o próprio Fidel a redigi-la.
Durante vinte anos de casamento, Tim e Jane Farnsworth saborearam os frutos do trabalho dele como advogado de sucesso: vivem numa casa confortável, fazem férias em locais exóticos, não têm quaisquer preocupações financeiras.
Tim venceu por duas vezes uma bizarra e inexplicável doença, mas tais episódios, embora não completamente esquecidos, fazem parte do passado. É então que a doença regressa,obrigando-o a comportar-se de uma forma assustadoramente nova.
Joshua Ferris foi recentemente considerado pela revista The New Yorker um dos melhores escritores com menos de 40 anos.
Casper tornou-se uma celebridade nacional quando os jornais divulgaram a história de um gato extraordinário que apanhava regularmente o autocarro número 3, fazendo viagens de dezoito quilómetros pela sua cidade, Plymouth, em Devon.
Contado de uma maneira comovente pela sua dona, que o amava profundamente, Casper, O Gato-Viajante, é a história tocante de um gato branco e preto muito especial, que viajava de autocarro e que conquistou os nossos corações.
Nas sombras da noite da cidade de Caldwell, em Nova Iorque, trava-se uma guerra territorial entre os vampiros e seus caçadores. Ali, existe um bando secreto de irmãos sem igual — seis guerreiros vampiros, defensores da sua raça. Mas agora um aliado da Irmandade está prestes a enfrentar os seus próprios desejos obscuros…
Já pensou porque é que os bebés chupam no dedo ou porque preferem os homens as loiras? Quer saber como os chuveiros podem fazer mal ao cérebro ou descobrir por que razão as mulheres gemem durante o sexo? Ou tem curiosidade em saber como a depilação aumenta o risco de cancro ou apenas como curar os soluços? Gostaria de saber exactamente a data em que vai morrer?
Cem dessas teorias foram reunidas em A Morte Tem Cura, livro baseado numa das mais polémicas publicações médicas do mundo: a Medical Hypotheses.
quinta-feira, 24 de março de 2011
Destaque Alfabeto
A Alfabeto, além dos dois títulos já destacados anteriormente, lança também hoje um livro apontado a um público mais jovem.
Chama-se A Fada dos Dentes e o Dente Perdido e eis o que promete...
Todas as fadas são especiais! No entanto, existe uma, em particular, pela qual as crianças, entre os cinco e os seis anos, têm especial carinho, numa altura tão significativa das suas vidas, a da queda dos dentinhos de leite: a Fada dos Dentes, que se chama Zeríntia. Mas o que poderá suceder que impeça a tão desejada fada de surgir? O que acontece aos dentes que Zeríntia leva? Será o mundo dela diferente do nosso? Serão todas as bruxas realmente más? Ou haverá bruxas boazinhas?
Este é um livro cheio de peripécias que conta a história de um menino ansioso pela visita da Fada dos Dentes, que tarda em aparecer.
Vamos partir à descoberta do mundo das fadas e das bruxas.
quarta-feira, 23 de março de 2011
Destaque Eucleia
No início do próximo mês a Eucleia vai lançar uma novela satírica de Alfred Jarry, intitulada O Supermacho.
Um livro que se mantem hoje moderno tal como Jarry o classificou em 1902 e cujo teor erótico que tanto tempo o tornou leitura "clandestina" já está superado pelo tempo que passou.
Alfred Jarry (1873 – 1907) foi um escritor francês, particularmente conhecido pelas suas peças Ubu, considerado um genial novelista e precursor do teatro surrealista.
O Supermacho, novela divertida, delirante e provocadora, revela bem os principais traços da obra do autor, controversa, subtilmente marcada por um estilo de ímpar sensibilidade metafórica e de uma modernidade incomparável.
terça-feira, 22 de março de 2011
Dentro da Baleia (Jennie Rooney)
Crítica de Catarina Santos
Dentro da Baleia surpreende por se deixar ler tão facilmente quando, na verdade, tem uma construção tão difícil de manter de pé.
Não só usa duas vozes narrativas em paralelo, como percorrer duas Eras.
Mas a escrita salta de umas para as outras com destreza e elegância.
A escrita, aliás, é muito terna e sedutora para uma história que é comovente mas não exactamente feliz.
Duas pessoas aproximando-se do final da vida olham para trás e guardam tristezas e arrependimentos.
Mas guardam, igualmente, silêncio sobre eles. Ele porque não pode mais falar, mas mesmo assim quer fazê-lo. Ela porque deve mantê-lo perante a família embora queira recordar.
Outrora foram um casal, mas as circunstâncias que os superavam – a II Guerra Mundial – afastaram-nos por algum tempo.
Só que esse algum tempo tornou-se em mais de cinquenta anos.
Nem sabem dizer exactamente porque o tempo vazio um do outro se foi acumulando. Foram pequenas coisas da vida, coisas que no final parecem não valer quase nada como razões mas que se vão acumulando e que os vão toldando.
Outras opções surgem, inevitavelmente seguem outro caminho, mas depois olham para trás e preservam como um tesouro o que viveram em conjunto, embora com um toque de amargura.
O livro guarda uma sabedoria que não anuncia em voz alta, mas que sussurra para que permaneça connosco quando a história termina.
O Tempo não pára, há que saber aproveitar o que se tem a cada momento e, mais ainda, há que saber separar o que é inevitável do que é possível, o que realmente importa do que se esquece, o que se pode alterar do que se tem de suportar toda a vida.
Sem isso, perdem-se os mais belos eventos da vida por razão nenhuma.
Digo sem medo da reacção de futuros leitores que Dentro da Baleia foi uma leitura magnífica que irei repetir e que todos devem aproveitar para fazer também!
Editora: Bertrand Editora
Páginas: 224
Género: Romance
Etiquetas:
Bertrand Editora,
Convidado,
Crítica,
Jennie Rooney
Crimes do Alfabeto - Vencedor do passatempo
O meu muito obrigado a todos os que dedicaram algum do seu tempo a este passatempo, um pouco mais exigente do que os outros que tenho tido, mas igualmente com um prémio mais atraente.
O vencedor só poderia ser um, embora as boas críticas tenham sido várias. Mas certamente que me ficou o desejo de, no futuro, voltar a fazer passatempos assim pois as pessoas pareceram responder muito bem ao desafio!
Finalmente, sem mais demoras, o nome da vencedora, cuja crítica será publicada mais logo.
Catarina Santos
Parabéns! Os teus dados estão agora com a editora que te enviará o pack de livros assim que possível. Boas leituras!
Destaques Dom Quixote
A Dom Quixotes lança diversos títulos para as livrarias neste final de mês. A maioria dos títulos já foi colocado à venda ontem, os restantes seguirão o mesmo destino nos últimos dias do mês.
A oferta é diversificada mas destaca-se, claro, Philip Roth.
A Humilhação (Philip Roth)
Acabou tudo para Simon Axler, o protagonista deste livro de Philip Roth. Um dos mais destacados actores de teatro americanos da sua geração, agora na casa dos sessenta, perdeu a magia, o talento e a confiança. Quando sobe ao palco sente-se louco e faz figura de idiota. Esgotou-se a confiança nas suas faculdades: imagina que as pessoas se riem dele, já não consegue fingir que é outra pessoa.
Depois das sombrias meditações sobre a moral e a morte em Todo-o-Mundo e O Fantasma Sai de Cena, e do amargamente irónico olhar retrospectivo sobre a juventude e o acaso em Indignação, Roth acrescentou mais um ao grupo dos seus inesquecíveis romances recentes.
O Metódo Prático da Guerrilha (Marcelo Ferroni)
O Metódo Prático da Guerrilha é uma obra de ficção, sobre ambição e loucura, que, partindo de factos reais – a última expedição revolucionária de Che Guevara –, subverte a história documentada, recriando personagens e situações. É também uma história de amor e um thriller sobre os poucos que permaneceram ao lado do combatente até ao fim.
E Agora, Zé Ninguém? (Hans Fallada)
Alemanha, finais dos anos 20. Apesar da grave crise económica que afecta a vida de muita gente, Johannes e Emma, carinhosamente chamada Cordeirinha pelo seu caloroso marido, levam a vida com confiança e entusiasmo. Acreditam que apoiando-se no amor, podem superar todas as dificuldades, mas rapidamente se apercebem de que a sorte não está do seu lado e que a realidade é muito mais dura de enfrentar do que tinham imaginado.
Uma história de sobrevivência obstinada com que Hans Fallada, um dos mais importantes escritores da língua alemã, consegue tocar os corações de todas as idades.
A Noite das Mulheres Cantoras (Lídia Jorge)
Neste novo romance de Lídia Jorge, há uma pergunta que o percorre da primeira à última página: quantas vítimas se deixam pelo caminho para se perseguir um objectivo? A acção decorre no final dos anos 80 do século XX e invoca um tema de inesperada audácia – o da força da idolatria e a construção do êxito – visto a partir do interior de um grupo, narrado 21 anos mais tarde, na forma de um monólogo.
Deixem Falar as Pedras (David Machado)
No dia em que se ia casar, Nicolau Manuel foi levado pela Guarda para um interrogatório e já não voltou. Alternando a narrativa dos sucessivos infortúnios de Nicolau Manuel – que é também a história de Portugal sob a ditadura, com os seus enganos, perseguições e injustiças, Deixem Falar as Pedras é um romance maduro e fascinante sobre a transmissão das memórias de geração em geração, nunca isenta de cortes e acrescentos que fazem da verdade não o que aconteceu, mas o que recordamos.
Os Terraços de Junho (Urbano Tavares Rodrigues)
Quase todos estes contos se caracterizam pelo insólito, pelo mágico, pelo surpreendente. Pairam entre o real e o irreal numa fascinante contradança de amor, aventura e desespero. E, contudo, como em toda a obra do autor, o social nunca é esquecido. Mas é na segunda parte, num conjunto de textos intitulado “Angústia com Licor de Rosas”, que o onírico prevalece e a intensa pulsão poética da escrita de Urbano Tavares Rodrigues ganha contornos de invulgar sedução.
segunda-feira, 21 de março de 2011
A Ilha dos Encantos (Mary Nickson)
Este livro encanta-nos pela sua simplicidade e sensibilidade enquanto nos relata a história de Victoria, uma mulher que recentemente se tornou viúva. Para lidar com a depressão que a abala, Victoria decide ficar com a avó, na ilha de Corfu na Grécia.
Conforme seguimos Victoria enquanto lida com a sua perda, simultaneamente cuidando do seu filho pequeno, somos introduzidos a uma paisagem maravilhosa, e completamente submersos nos seus encantos com a escrita flúida de Mary Nickson.
Ao mesmo tempo que Victoria descobre uma verdade assombrosa sobre o seu falecido marido e luta com os sentimentos contraditórios que florescem quando conhece Patrick, somos transportados para um mundo de emoções fortes e sentimentos, com os quais muitos de nós provavelmente já tivemos que lidar.
É com uma escrita fácil, simples mas elegante, que Nickson nos fala de uma história romântica, sem exageros, falando nos obstáculos que muitas vezes se atravessam no caminho de uma paixão fogosa, como a família. Conforme Victoria, com a ajuda de Evanthi, a avó, aprende a lidar com os seus problemas e o do filho, vamos também nós aprendendo mais sobre o valor da força e vontade de viver, assim como da amizade e família.
Este lindo romance que nos mergulha numa atmosfera paradisíaca através de belas descrições e uma paixão poderosa, apresenta-nos um final previsível, mas que não deixa de ser delicioso e encantador.
Autor: Mary Nickson
Editora: Noites Brancas (Clube do Autor)
Páginas: 524
Género: Romance
Editora: Noites Brancas (Clube do Autor)
Páginas: 524
Género: Romance
Etiquetas:
Clube do Autor,
Crítica,
Mary Nickson,
Noites Brancas
Rubi - O Amor Atravessa Todos os Tempos (Kerstin Gier)
Neste livro somos transportados para um mundo de fantasia muito divertido, onde Gwendolyn, uma rapariga de dezasseis anos, descobre subitamente que possui um gene especial, que só aparece uma vez em cada geração e lhe permite viajar no tempo.
Enquanto seguimos Gwendolyn por uma série de acontecimentos inesperados e revelações chocantes sobre a sua família, observamos também o desenrolar de uma relação atribulada com o seu belo mas arrogante amigo, Gideon.
Sugados pela escrita leve e cheia de humor de Kerstin Gier, entramos numa aventura muito original, cheia de dramas, mistérios e paixões, com muita diversão a acompanhar.
É o tipo de livro que queremos ler de uma assentada, aguçados pela curiosidade transmitida por Kertin Gier em cada capítulo. E no final, acabamos sentindo-nos repletos de uma boa disposição contagiante e cheios de curiosidade de descobrir mais.
Todo o livro está imensamente bem desenhado, desde a organização dos capítulos a todo o visual criado. Para além de nos transmitir “o bichinho” para descobrirmos mais sobre os séculos para onde Gwendolyn viaja, acabamos também por aprender muito.
Embora esta obra esteja direccionada para um público mais juvenil, mesmo os leitores mais adultos poderão desfrutar de uma leitura leve que os irá recordar dos seus próprios tempos mais inocentes e inseguros, aproveitando para dar umas boas gargalhadas às custas das desventuras de Gwendolyn.
Autor: Kerstin Gier
Editora: Contraponto
Páginas: 272
Género: Fantasia
Eurico, o Presbítero (Alexandre Herculano)
Aqui temos um grande clássico de um dos autores portugueses mais célebres de sempre.
Como já disse anteriormente tenho sempre dificuldades em apreciar criticamente um romance assim. É sempre uma grande responsabilidade e sou principalmente suspeita num romance da época do romantismo que, ainda para mais, é um romance histórico.
A história passa-se no século VIII na Espanha visigótica em que Eurico, um bravo guerreiro, luta juntamente com o seu servo Teodomiro contra montanheses rebeldes e francos.
A história passa-se no século VIII na Espanha visigótica em que Eurico, um bravo guerreiro, luta juntamente com o seu servo Teodomiro contra montanheses rebeldes e francos.
Distingindo-se brilhantemente no campo de batalha, Eurico de resolve pedir ao duque de Fávila a mão da sua bela filha Hermengarda. No entanto o duque, que é nobre, arrogante e orgulhoso, jamais permitiria que a sua filha se casasse com um fidalgo de condição inferir.
Desesperado, Eurico opta pela carreira no clero e assim se inicia uma das histórias de amor mais belas e trágicas do panorama literário português.
Quando se dão as invasões árabes Eurico, em segredo, luta como um bravo cavaleiro negro e salva Hermengarda que fora raptada pelos muçulmanos. Esta revela o seu amor pelo bravo cavaleiro mas descobre que esse amor nunca poderá ser consumado pois Eurico é um sacerdote.
O livro tens todos os elementos que a meu ver tornam os livros da época Romântica em grandes obras: uma trágica história de amor impossível; um herói corajoso de elevada moral, leal e garboso encarnado por Eurico; Hermengarda a mulher-anjo doce e submissa; o nacionalismo exacerbado; o final macabro...
No entanto este livro tem alguma originalidade relativamente há maior parte dos livros da época do romantismo que eu conheço relativamente à personagem de Hermengarda que, apesar de no início da história ser a típica mulher submissa e subversiviente à vontade do pai, quando é raptada pelos mouros luta bravamente não se conformando com o seu destino e nunca consentindo em desposar o chefe mouro. Este rasgo de carácter é muito raro nos personagens femininos do romantismo e confesso que me agradou bastante e enriqueceu bastante a personagem.
Para além disso, agradou-me bastante a descrição pormenorizada da idade média, dos usos e costumes da época na Espanha e as descrições vívidas das batalhas que ao serem adicionadas ao romance tornam-no num livro único que vale a pena ler e reler.
O livro tens todos os elementos que a meu ver tornam os livros da época Romântica em grandes obras: uma trágica história de amor impossível; um herói corajoso de elevada moral, leal e garboso encarnado por Eurico; Hermengarda a mulher-anjo doce e submissa; o nacionalismo exacerbado; o final macabro...
No entanto este livro tem alguma originalidade relativamente há maior parte dos livros da época do romantismo que eu conheço relativamente à personagem de Hermengarda que, apesar de no início da história ser a típica mulher submissa e subversiviente à vontade do pai, quando é raptada pelos mouros luta bravamente não se conformando com o seu destino e nunca consentindo em desposar o chefe mouro. Este rasgo de carácter é muito raro nos personagens femininos do romantismo e confesso que me agradou bastante e enriqueceu bastante a personagem.
Para além disso, agradou-me bastante a descrição pormenorizada da idade média, dos usos e costumes da época na Espanha e as descrições vívidas das batalhas que ao serem adicionadas ao romance tornam-no num livro único que vale a pena ler e reler.
Autor: Alexandre Herculano
Editora: Europa-América
Páginas: 192
Género: Romance Histórico
Editora: Europa-América
Páginas: 192
Género: Romance Histórico
Etiquetas:
Alexandre Herculano,
Crítica,
Europa-América
O Messias - Vencedores do passatempo
domingo, 20 de março de 2011
O Indesejado - Passatempo
Lanço agora mais um passatempo em conjunto com a Bizâncio onde ofereço três exemplares de um livro que promete muito.
Bastará que respondam correctamente a uma pergunta até ao próximo dia 27 de Março.
Boa sorte!
Regras do passatempo
1) Preencher todos os dados solicitados correctamente.
2) Apenas participantes com moradas de Portugal.
3) Apenas uma participação por cada nome, email e morada.
4) O não cumprimento da regra 3) poderá levar a exclusão em passatempos futuros.
5) Os participantes que sejam seguidores do blog terão uma chance extra no sorteio dos livros. As pessoas que não forem seguidoras terão a chance correspondente à inscrição.
sexta-feira, 18 de março de 2011
Bombaim – A um mundo de distância (Thrity Umrigar)
Este romance, passado em Bombaim, relata-nos a história de duas personagens, Sera Dubash e Bhima, de duas castas sociais opostas. Sera Dubash é uma mulher rica, de classe média-alta, mas que esconde um casamento abusivo. Por outro lado Bhima é analfabeta e vive num bairro de lata, e por isso é tratada quase abaixo de cão pelas castas mais altas.
O que relaciona estas duas mulheres é o facto de Bhima trabalhar como empregada para Sera. E embora Sera por vezes ajude Bhima quando esta precisa, financiando até os estudos da neta, não deixa de haver uma notória distinção nas posições sociais de cada uma, não sendo permitido a Bhima utilizar os mesmos talheres e utensílios que os patrões, nem mesmo os assentos da casa.
O livro foca-se muito nestes aspectos da sociedade de Bombaim, e nas diferenças que existem entre as castas, retratando em pormenor as condições em que cada oposto vive, e as dificuldades por que passam no seu quotidiano.
No entanto, o ponto fulcral da história é a gravidez da neta de Bhima, que se recusa a dizer quem é o pai. Quando Sera ajuda Bhima a lidar com a situação da neta, as duas famílias vêem-se frente a um drama que mudará as suas vidas.
A escrita de Thrity Umrigar, directa e clara, suga-nos para situações inesperadas, cheias de emoções fortes, mostrando-nos com subtileza a realidade das ruas decadentes dos bairros de lata de Bombaim. Leva-nos a fazer uma viagem a um mundo aparentemente tão diferente do nosso da cultura ocidental, apesar dos problemas fundamentais das pessoas serem os mesmos são encarados de forma totalmente diferente.
Não é um livro para ser levado com ligeireza, pois retrata temas sérios de uma sociedade evoluída tecnologicamente, mas incapaz de lidar com as diferenças sociais que nela existem. Uma sociedade que por um lado progrediu imensamente mas que mantem valores tradicionais injustos e preconceitos, que são mais importantes que a dignidade da pessoa enquanto ser humano. No entanto, é um livro muito interessante, fazendo-nos repensar a forma como vivemos as nossas vidas e como olhamos a nossa sociedade e que nos leva a questionar será que a nossa sociedade é assim tão diferente e não também submergida em preconceitos de forma mais disfarçada mas com efeitos igualmente nefastos?
Para quem gosta de leituras comoventes, com temas reais e actuais, este é um livro a ler.
Autor: Thrity Umrigar
Editora: Editorial Presença
Páginas: 312
Género: Romance
Editora: Editorial Presença
Páginas: 312
Género: Romance
Etiquetas:
Crítica,
Editorial Presença,
Thrity Umrigar
Destaques Bertrand
São muitas as novidades que a Bertrand lançou este mês. Aqui deixo as informações delas todas.
Numa gélida noite de Novembro, no coração das montanhas, Nile ouve o barulho de alguma coisa a ser atirada ao chão. Dentro de um saco, encontra o corpo de uma adolescente, ensanguentada mas viva, e a paz que esperava encontrar na natureza desaparece.
De um dos autores mais originais do Canadá, vencedor no passado dos prestigiados Commonwealth Writers Prize e do Canadian Authors Association Award, Clube da Extinção é uma história negra e cheia de humor, em que Nile e Celeste ensinam um ao outro lições de vida e morte, amor e perda.
Em dezoito anos de casamento, Liz e Jack construíram uma família, uma firma de advocacia cheia de sucesso e um lar feliz, na Rua da Esperança. Depois, num instante, tudo se desmorona. Para Jack, um recado de cinco minutos termina numa tragédia e, de repente, Liz está sozinha e a braços com uma perda insuportável.
Uma electrificante história de terror, vingança e ganância, saída das manchetes dos jornais de amanhã.
Quando os acordos de paz da Sexta-Feira Santa são violados por três selvagens actos de terrorismo, a Irlanda do Norte torna a ser arrastada para o conflito. E depois de o seu sogro ser nomeado o novo embaixador americano em Londres, Michael Osbourne, agente reformado da CIA, é uma vez mais atraído para o activo.
Estará o sogro em perigo? E ele próprio?
Edith Hope escreve romances de amor usando um pseudónimo, mas quando a sua vida se começa a parecer com as intrigas dos seus romances, Edith é enviada pelas amigas para a Suíça, onde o sossego e o luxo do Hotel du Lac prometem ajudá-la a recuperar o juízo. Contudo, será que aquele homem é a reviravolta de que a sua vida de solteira necessita?
Muito bem pensado, perspicaz e divertido, Hotel du Lac representa Brookner no auge do seu estilo e muito subversiva. Valeu-lhe o Booker Prize.
Alberto Nessi narra com força poética a viagem física de Fontana, desde a oficina de relojoeiro na Suíça até à histórica Livraria Bertrand em Lisboa, e a sua viagem humana, das fantasias infantis à descoberta do socialismo nos primórdios do movimento operário, onde o simples facto de pensar que se tinha direitos era já uma revolução e um motivo de esperança.
Um romance profundamente humano que reflecte as grandes preocupações sociais do século XIX convidando-nos a uma constante comparação com o presente e com o desejo de justiça e solidariedade.
Um testemunho pungente de histórias chocantes, incluindo a da própria Xinran, uma das figuras mais influentes do mundo nesta área, de mães chinesas que perderam ou tiveram de abandonar as suas filhas e continuam à procura delas.
Dez capítulos, dez mulheres e muitas histórias de desilusões. Estas mulheres (desde estudantes, a mulheres de negócios bem-sucedidas, a parteiras ou a camponesas) foram obrigadas a renunciar às suas filhas.
Um impressionante estudo acerca da identidade do homem americano contemporâneo, onde Elizabeth Gilbert explora a fascinante história verídica de Eustace Conway.
Em 1977, com dezassete anos, Conway trocou a confortável casa da sua família pelos Apalaches. É lá que vive há mais de vinte anos: faz lume com paus, usa as peles dos animais que apanha e tenta persuadir os Americanos a deixarem o seu estilo de vida materialista e a regressar à natureza.
Um apaixonante estudo acerca da masculinidade nos nossos dias.
Sophie van der Stap tinha vinte e um anos quando lhe foi diagnosticado um cancro raro. De um dia para o outro, a sua vida de estudante que gostava de se divertir foi reduzida às paredes de um hospital.
Cada uma das nove perucas que Sophie foi adoptando durante os tratamentos fá-la sentir-se diferente, confere-lhe uma personalidade própria. Há um pouco de Sophie em todas, mas também é verdade que elas revelam tanto quanto escondem.
Um livro refrescante, honesto e perspicaz que, aquando da publicação se tornou imediatamente um bestseller e ganhou recentemente o prémio Bart por tornar possível o impossível.
quinta-feira, 17 de março de 2011
A Vida e as Opiniões do Cão Maf e da sua Amiga Marilyn Monroe - Vencedores do passatempo
Liga-me (Sarah Mlynowski)
Este divertido livro faz-nos pensar “e se tivéssemos uma segunda oportunidade para alterar como lidámos com o Liceu?”. Muitos de nós já pensámos nisto a algum ponto na nossa vida adulta, e muitos de nós desejavam poder ter essa oportunidade. Mas será que valeria a pena?
Liga-me conta-nos a história de Devi Banks, uma rapariga de dezoito anos que recentemente terminou uma relação com o namorado de longa data, e que ao longo dos anos a fez ser descuidada com os seus estudos e amigas. Sozinha, e com o coração partido, Devi vê-se desesperada ao se aperceber que terá de ir para uma universidade rasca devido às suas más decisões.
Mas enquanto se debatia com as suas emoções, e pensava no que teria acontecido se nunca se tivesse envolvido com Bryan, o seu namorado, Devi deixa, por acaso, cair o telemóvel numa fonte. Quando o consegue apanhar, apercebe-se que só consegue telefonar para um número — a si própria, três anos e meio atrás.
Algo muito interessante neste livro é a sensação que a autora nos transmite de estarmos perante duas personagens completamente diferentes, quando na realidade estamos perante uma única pessoa. A Devi do presente, e a Devi do passado. No entanto, nem uma única vez nos encontramos perdidos no enredo ou confundimos a “personagem”, o que acho que foi muito bem conseguido.
Conforme vamos observando as mudanças que Devi consegue fazer na sua vida ao falar com si própria no passado, somos encorajamos a ponderar as nossas decisões durante a adolescência, e se realmente valeria a pena alterar algo ou não.
Embora seja uma leitura rápida e divertida, também somos expostos a algumas emoções fortes e tristes, quando Devi se depara com as repercussões das suas alterações ao passado.
Penso que este seja um livro que qualquer pessoa desfrutaria, pois traz-nos recordações, boas e más, dos nossos anos de adolescência, apresentando-nos um tema sério, sobre a necessidade de tomar decisões acertadas, mas de uma forma simples e cativante.
Autor: Sarah Mlynowski
Editora: Chá das Cinco
Páginas: 240
Género: Romance
Etiquetas:
Chá das Cinco,
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Sarah Mlynowski
quarta-feira, 16 de março de 2011
A Rainha dos Malditos (Anne Rice)
Embora este livro tenha sido divido pela editora em dois volumes na versão original trata-se apenas de um livro, o terceiro da saga Crónicas Vampíricas. Por este motivo e porque a história de ambos os volumes está fortemente interligada resolvi fazer apenas uma crítica conjunta.
Inicialmente recomendo que os leitores leiam os dois volumes que antecedem estes para poderem entender de forma adequada história destes dois livros.
No início do primeiro volume são-nos apresentadas diversas novas personagens que aguardam ansiosamente o célebre concerto de Lestat em que pretende revelar que é um ser imortal. Assim a história inicial não é tão centrada em Lestat mas sim no ponto de diversos personagens. No entanto, no concerto não se encontram apenas fãs de Lestat mas também vampiros inimigos que pretendem erradicá-lo.
Tanto vampiros e humanos têm sonhado com a estranha lenda de duas gémeas ruivas e vão ao concerto de forma a descobrir respostas para estas divagações. Assim o volume um desta saga é uma espécie de introdução para peparar o leitor para a chegada de Akesha. E para quem pensar que este volume é totalmente independente dos outros, aqui também encontramos personagens nossos conhecidos como Daniel - o jovem que entrevistou Lois em Entrevista com o Vampiro - que se encontra na plateia do concerto.
Lestat com a sua música acorda a rainha Akasha, mãe de todos os vampiros, de um sono de mais de 6000 anos. Ela destrói os inimigos de Lestat, toma-o como seu consorte e misteriosamente apaixona-se por ele.
Claro que o acordar de Akasha tem terríveis consequências já que ela pretende criar um mundo de paz para humanos e vampiros em que ela será a única soberana e divindade. Claro que alguns dos vampiros e o próprio Lestat não gostam deste plano. E mais não digo porque não quero estragar uma óptima leitura.
Mais uma vez a autora leva-nos numa fabulosa viagem no tempo ao Egipto pré-dinástico onde vivia Akasha e onde nos revela a origem dos vampiros e a maldição consequente dessa criação. Confesso que é minha passagem preferida no livro.
O estilo de Rice continua sensual e glorioso revelando-nos personagens ricas e intrigantes desde velhos conhecidos como Lois, Armand e Marius. Assim como personagens novas mas igualmente deliciosas como a sofredora imortal Maharet ou Jesse, uma humana que investiga o paranormal.
Este é para mim o livro que até agora tem mais acção e consegue imbuir o leitor mais na história.
Autor: Anne Rice
Editora: Europa-América
Páginas: 264
Género: Fantasia
Autor: Anne Rice
Editora: Europa-América
Páginas: 264
Género: Fantasia
Destaques Presença
Aí estão as novidades Presença da segunda quinzena do mês. Cinco títulos para os adultos e outros dois para os mais pequenos.
John Smith, de quinze anos, é um dos nove jovens que conseguiram abandonar o planeta Lorien antes de este ter sido destruído pelos Mogadorianos. Por esta razão, tem andado escondido toda a sua vida, mudando de identidade e de localização ao menor sinal de perigo. Mas agora John quer parar de fugir e enfrentar o seu destino. Os seus Legados - poderes extraordinários que lhe permitirão lutar contra os adversários - começam a manifestar-se e ele tem todos os motivos para querer uma vida normal. Um livro repleto de aventura, romance e acção cuja adaptação ao grande ecrã estreia em 2011.
Quando Conor, de nove anos, chega ao consultório do pedopsiquiatra James Innes, traz já com ele o diagnóstico de autismo. A mãe de Conor, Laura, é uma romancista enigmática que não consegue lidar com o filho. O pai, Alan, quer impedi-lo de ser enviado para uma instituição. Quanto mais James Innes analisa a dinâmica desta família à beira da ruptura, não só se convence de que Conor não é autista, como se sente fascinado por Laura - uma mulher solitária cuja imaginação esconde um terrível segredo. Torey Hayden traz-nos um romance inesquecível que é também uma reflexão profunda sobre o que acontece quando a realidade e a imaginação se confundem.
Jane Eyre é uma obra-prima da literatura inglesa, a autobiografia ficcionada de uma jovem que, depois de uma infância e adolescência desprovidas de afecto, se torna preceptora em Thornfield Hall e se apaixona pelo seu proprietário, Mr. Rochester. Plenamente correspondida nos seus sentimentos, Jane julga ter encontrado o amor por que ansiara toda a vida, mas Thornfield Hall esconde um segredo tenebroso que ameaça ensombrar a sua felicidade. Numa atmosfera misteriosa e inesquecível, acompanhamos esta heroína de espírito puro e apaixonado, que trava uma luta interior constante para se manter fiel às suas convicções e a si própria. Jane Eyre tem agora uma nova versão cinematográfica, com Mia Wasikowska, Michael Fassbender e Judi Dench nos principais papéis.
Dois mil anos depois, a figura de São Paulo continua a surpreender e inquietar quem se interessa por conhecê-la, tornando-se muitas vezes objecto de divisões e discórdias. O seu estudo constitui um desafio que requer como bases a história, a arqueologia, a exegese bíblica, os comentários às cartas, a pastoral e a espiritualidade. E foi justamente às fontes histórico-literárias - as Cartas e os Actos dos Apóstolos - que o Pe. Carreira das Neves foi beber a fim de nos proporcionar um retrato vivo e abrangente desta figura que, nas palavras do próprio autor, se tem enorme gosto em conhecer, um gosto que aumenta à medida que se aprofunda o seu estudo.
Estocolmo, meados dos anos de 1990. Thelonious Monk e uma gravação rara do trecho musical «Misterioso» são o fio condutor de um caso policial: figuras bem conhecidas da alta finança começam a aparecer mortos, segundo um modus operandi que lembra uma execução ritual. Tudo indica que o assassino não vai parar e a Polícia organiza um grupo de elite para trabalhar exclusivamente naquele caso. Arne Dahl constrói um enredo complexo servido por recursos linguísticos de grande nível, reflexões sobre a vida social e a existência humana, sem nunca perder o ritmo da acção nem o estupendo sentido de humor.
«Olá a todos! Eu sou a Henriqueta. Tenho um irmão que ainda é bebé, o Alberto; duas ratinhas brancas, a Flora e a Dora; uma cadela cor de chocolate, a Micas, e um mamute lanzudo…Estou a brincar, não tenho nada um mamute lanzudo. Tenho é muita imaginação, e não podes acreditar em tudo o que digo.Mas é verdade que adoro fazer marotices e uma grande barulheira.
E sabes que mais? Tenho muitas coisas giras para descobrir.
Queres vir descobri-las comigo?»
Este primeiro livro da Henriqueta está cheio de ideias divertidas e aventuras. É perfeito para crianças pequenas e para todos os que têm uma grande imaginação.
Um livro encantador para registar tudo sobre o bebé. O nascimento, os primeiros sorrisos, os primeiros miminhos, os primeiros passos, as primeiras palavras, as primeiras traquinices.
«Agora ouve com muita atenção, bebé… É a tua história, tua e de mais ninguém, que aqui se vai contar.»
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