Amor e Liberdade de Germana Pata-Roxa (Fernando Évora)
As histórias que neste livro se contam, aparentemente sem conexão entre si, unem-se num final surpreendente.
A linguagem, despretensiosa e simples, está polvilhada de ironia. Os personagens, admiráveis e autênticos, são tendencialmente queirosianos — gente comum, com as suas fraquezas e vícios, e com a grandiosidade dos seus sonhos. Os enredos, esses, absorvem-se de um fôlego e a narrativa, descomplicada, revela grande humanismo.
Histórias, enfim, que divertem pelo que têm de caricato e inesperado, mas que deixam uma réstia de inquietação no leitor, que inevitavelmente há-de rever-se em muitas delas.
O autor é um dos mais notáveis contadores de histórias do panorama literário português contemporâneo. E esta sua nova obra, sendo um livro de contos, não é uma mera colectânea: é uma história complexa feita de histórias simples mas poderosas, pertencentes, todas elas, ao mesmo narrador.
Focais Literárias (Annabela Rita)
As letras, as artes e os mitos captados pela objectiva de uma ensaísta que vê e que faz ver de maneira diferente.
Uma sucessão de disparos fotográficos centrados na cena comunicativa literária e cultural desde o polémico “Juramento de D. Afonso Henriques”.
Esta obra passa em revista textos, autores, problemáticas e casos. Escritores como Eça de Queirós, Fialho de Almeida, Guerra Junqueiro, Teolinda Gersão e Gonçalo M. Tavares: da crónica à ficção, da poesia ao teatro, do texto mais modelar ao da confluência de géneros, analisando as transformações dos processos e das estratégias comunicativas em função das circunstâncias históricas, sociais, estéticas e culturais.
Mas também ensaístas como Vitorino Magalhães Godinho, Luís Machado de Abreu e Onésimo Teotónio de Almeida, favorecendo as reflexões sobre os sentidos e as vias do trabalho e do discurso nas ciências humanas. E, finalmente, casos da cultura portuguesa, a partir dos mitos fundadores da nossa identidade nacional.
Topo Sul (Gil Bastos)
Este livro é um registo dos sentimentos, das reflexões e das experiências de quem quis fazer uma viagem despreocupada a ver o mundo… e a tentar entendê-lo. Mas é também um testemunho das aventuras de quem andou, por parte incerta e durante um ano, vivendo de uma mochila e de muitas dúvidas.
“Eu só, que só me levo a mim e por isso nunca só. Parto de mochila às costas na descoberta do mundo que sou eu em desconhecidos mundos, apesar de o mundo ser todo igual (não conseguiria descrição melhor do que são as minhas viagens).” Excerto da obra
Sendo certo que muito mais haveria para dizer, fique-se o leitor com esta ideia: esta obra conta-lhe as histórias dos lugares por onde o autor foi passando e estas histórias mostram as culturas de povos colonizados pelos europeus, que entretanto se misturaram com os próprios colonizadores, e mostram como a mistura de raças fez nascer países tão diversificados e diferentes da realidade a que na Europa estamos habituados.
Ao longo dos milhares de quilómetros percorridos pela América do Sul, o autor confrontou-se, afinal, com um enorme cocktail de culturas e foi por ele influenciado.
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