Mais uma vez Philippa Gregory prova que merece inquestionavelmente o título que lhe atribuem de Rainha da Ficção Histórica!
Desta vez o romance não é ambientado na Corte Tudor como é seu hábito, mas durante a monarquia dos reis Plantageneta, uma época conflituosa e em que imperava a guerra civil, uma guerra nascida no seio da mesma família em luta pelo trono e pelo poder que ele acarreta.
Mais uma vez temos uma personagem central feminina muito forte que se apaixona pelo jovem rei, uma personagem em que apenas a ambição se mostra superior a esse amor.
Verifica-se que a autora, como é sua marca, antes de escrever o romance procedeu a uma intensa pesquisa histórica o que eleva a qualidade do seu trabalho e a torna numa das minhas autoras favoritas pela forma como conjuga a qualidade da informação com a qualidade da escrita.
Evidência disso mesmo é o facto de ela tocar numa história bastante conhecido, porém poucas vezes explorada, a dos pequenos príncipes perdidos na Torre.
Igualmente, a história da deusa-sereira de quem a protagonista se acredita descendente surge muito bem integrada na narrativa central.
Devo confessar, no entanto, que não gostei que a forte personagem central reagisse tão brandamente às traições constantes do rei, justificando que apesar delas apenas ela era amada por ele e que, portanto, não tinham qualquer importância.
Penso que este tipo de mentalidade servil imposta por uma dominância machista condiz com a época mas não com o restante da personalidade da personagem.
O que não condiz com a época é apresentar a rainha com vinte sete anos como uma mulher muito nova no auge da sua beleza e juventude e o rei, com vinte e dois anos, como um rei-menino, numa época em que a esperança de vida rondava os quarenta anos, ela seria já considerada uma mulher de meia idade e ele um homem maduro.
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