domingo, 28 de março de 2010

O Dardo de Kushiel (Jacqueline Carey)

Este livro é diferente, muito diferente de tudo o que eu já li, o que o tornou, de facto, numa enorme surpresa.
Não tendo gostado da capa deste livro - acho, sinceramente, que é muito pouco atractiva - se algo me moveu a lê-lo foi a sinopse.
E ainda bem que assim foi, pois este livro não é como a maior parte da Fantasia direccionada a um público adolescente ou mesmo jovem-adulto, este livro é sem dúvida para um público adulto, exigente e com uma mente aberta. Não é, de todo, um livro para toda a gente devido às suas especificidades.
O início é exigente, estabelecendo um mundo dividido em muitas facções, cada uma delas com uma mentalidade muito própria. O leitor, mesmo sentindo-se um pouco confuso com tanta informação, beneficia depois ao longo do livro da qualidades das bases estabelecidas.
Por outro lado, ao apresentar uma protagonista ainda criança mas já com fortes impulsos e desejos sexuais, estabelece uma caracterização a que a sociedade actual está pouco habituada e que poderá mesmo causar algum embaraço por nos vermos próximos do que seria uma descrição de uma criança por alguém com tendências pedófilas.
No entanto o desafio de uma personagem assim levou-me a mergulhar nas recordações da minha própria infância porque é óbvio que existe sexualidade na infância - embora não me recorde de alguma vez me ter sentido como a personagem.
Claro que à medida que vamos imergindo no mundo da Terra de Anelíne vamos sendo arrastados por uma onda de sedução e sofisticação que transforma aquilo que antes parecia uma realidade desajustada e estranha se torne preciosa, fazendo-nos vacilar entre a compulsão para ler tudo de seguida até ao final e a agonia prazerosa de fazer a leitura lentamente para não sair deste mundo




Autor: Jacqueline Carey


Editora: Saída de Emergência


Páginas: 400


Género: Fantasia

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