Para mim um dos pontos mais interessantes d'O Bibliotecário é o facto de ser protagonizado por uma mulher.
Uma mulher jovem e atraente mas com uma carreira académica. Certamente que são raras as protagonistas neste género de conspiração que envolve muita aventura masculinizada.
Aqui também é o cérebro que prevalece, já que história exige mais da memória e da inteligência da protagonista do que das suas capacidades físicas.
Essa opção também ajuda a equilibrar um pouco a forma como o livro - e, em geral, todos os thrillers deste género - vai criando algumas situações impossíveis.
Essas situações é que levam os protagonistas à volta do mundo a conhecer e a dar a conhecer ao leitor locais extraordinários.
Nesse aspecto, as descrições dos vários lugares por onde passa a acção, sobretudo a moderna Bibioteca de Alexandria, são muito fortes, conpletas e vívidas.
Ainda mais fortes são os relatos históricos dos acontecimentos que afectaram a biblioteca original, dos relatos que se relacionam com os livros que dela desapareceram para depois serem avistados.
Esses são, sem sombra de dúvida, os pedaços mais excitantes deste livro, pois a História tem maravilhas que a imaginação não consegue atingir.
A inclusão da História na história enriquece-a e acaba por servir como segunda linha do livro que, além de uma aventura entretida, reflecte sobre o poder que os livros guardam e de como se pode confiar em quem controla o seu conhecimento.
Trazendo a Biblioteca de Alexandria das suas origens antigas à realidade de um mundo digital, o autor dá-nos um livro que deixa uma marca para além da leitura mais superficial.
E num reparo final, é um livro cheio de informação mas nem por isso demasiado longo ou com um ritmo lento. Será, por isso, capaz de satisfazer muitos públicos diferentes de maneira igual.
Autor: A.M. Dean
Editora: Clube do Autor
Páginas: 404
Género: Thriller
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