A Quetzal começa a publicar os livros de Nelson Algren, verdadeiros clássicos americanos, que continuam a conter temas fortes e um profundo humanismo. A este título seguir-se-á The Man with the Golden Arm.
«O sonho de Algren era um sonho de humanidade: de como se pode viver uma vida plena mesmo quando se perdeu tudo e não se pode recuperar nada: através do humor, através das pequenas conquistas, através do amor dos outros.»
Richard Flanagan
Vidas Perdidas – A Walk on the Wild Side
Nelson Algren
Vidas Perdidas é uma obra-prima feita de bondade, raiva, graça e solidão, um livro que cativou o imaginário de todas as gerações desde que foi publicado, em 1956, e que evoca um mundo mais tarde imortalizado no clássico de Lou Reed, A Walk on the Wild Side. Esta primeira publicação da obra em Portugal é uma homenagem ao génio de Algren e um convite para que os leitores portugueses acedam ao universo singular de vidas perdidas retratado pelo escritor.
Esta é a história de um ingénuo rapaz do campo que foge de Hicksville, no Texas, para procurar uma vida melhor em Nova Orleães. Como pano de fundo, um país devastado pelo desemprego e pela pobreza da Grande Depressão. São os anos em que «o número de desempregados ascendeu a oito milhões, duzentos mil operários siderúrgicos tiveram um corte de quinze por cento nos salários, e isso levou um cardeal a perceber que o colapso económico do país era efetivamente um maravilhoso golpe de sorte, pois aproximava milhares de pessoas da pobreza de Cristo; em que foi pedido que se deportassem os desempregados de origem estrangeira; uma multidão linchou um homem em Atwood, no Kansas; uma crise no fundo de desemprego estava iminente; o preço do algodão subiu ligeiramente, acompanhando o do trigo; e o governador Huey Long disse que tinha chegado a hora de redistribuir a riqueza. Al Capone estava a caminho de Atlanta, e o preço do algodão voltou a cair, acompanhando o do trigo, mas o Congresso decidiu que não havia qualquer justificação para redistribuir a riqueza.»
Este livro já foi adaptado ao cinema em 1962 pela mão do realizador Edward Dmytryk e com um argumento a cargo do escritor John Fante.
Podem ver em vídeo a excelente sequência inicial que Saul Bass criou em torno da música de Elmer Bernstein e que é apenas uma das razões que tornam o filme memorável.
Sem comentários:
Enviar um comentário