domingo, 31 de março de 2013

Notícia - Livraria Lello

Foto de Sunfoz




O proprietário da Livraria Lello admitiu neste sábado a possibilidade de vir a cobrar entrada aos milhares de visitantes para “pagar o desgaste” do espaço. Acrescentou que os turistas organizados em grupos contribuem já com dois euros, recebendo um marcador de livros.

Jornal Público



De facto, uma livraria, mesmo tão magnífica quanto esta, não pode estar reduzida a um local de passeio e turismo.
Trata-se de um negócio e tem de sobreviver num país que não só lê cada vez menos como tem ainda graves problemas económicos.
No entanto, na minha experiência, sempre que lá levo alguém de visita, o ambiente da livraria afecta de tal maneira as pessoas que elas não conseguem deixar de comprar um livro.
Mesmo que não quisessem gastar o dinheiro, mesmo que pudessem ter ido a "livrarias-supermercado" e tido desconto, mesmo
Um livro comprado na Livraria Lello torna-se especial, ganha uma aura que contribui para que a sua leitura seja logo mais inebriante.
E isto deverá acontecer até mesmo para os turistas, havendo uma boa secção de livros noutras línguas.
Parece-me bem, no entanto, a cobrança de entrada aos turistas - com a retribuição através do marcador - pois se estão apenas a tirar fotos, estão a gerar tráfego e desassossego para quem está lá como cliente.
Quanto a mim, só posso tentar ir lá mais vezes e levar mais pessoas para passarem de visitantes a clientes!


Foto de Alex Fan Moniz

2 comentários:

  1. Também fiquei perplexa com a notícia. Mas se a cultura continuar a ser menosprezada em favor de outros bens que, apesar (e provavelmente por isso mesmo,) continuam a vender-se e bem, será necessário recorrer a isto para manter locais de culto como este.

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    1. De facto, há que pensar em questões logísticas, desde logo de limpeza e manutenção do espaço.
      Portanto, com centenas de turistas a entrar e sair dali todos os dias, acredito que os problemas aumentem.

      Mais livros que são atirados ao chão e deixam de poder ser vendidos, etc, etc...

      Manter uma livraria independente por estes dias será cada vez mais difícil, como se pode também ver quando se passa no Chiado e a maioria das clássicas livrarias de lá está em dificuldades excepto, possivelmente, a Bertrand, a mais antiga do Mundo e que também podia ser lugar de "peregrinação" de turistas.

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