A Porto Editora lança hoje um autor suíço até agora inédito em Portugal, Martin Suter. Cinzas do Passado é baseado na experiência do autor com a doença de Alzheimer que afectou o seu pai.
Este é o seu primeiro romance e faz parte do que o autor designa como "trilogia neurológica". O livro funciona como um thriller que está dependente da própria doença do protagonista, com a resolução do mistério a depender do ressurgimento das suas memórias mais antigas.
O livro já foi adaptado ao cinema, com o título "Je n'ai rien oublié". A realização é de Bruno Chiche e o protagonista é Gérard Depardieu.
Cinzas do Passado (Martin Suter)
A história comovente de um homem arrastado para o passado por uma doença que o despoja do presente.
Aos sessenta e cinco anos, Konrad Lang ainda vive às custas da abastada família Koch. Durante anos, foi um parasita tolerável, inicialmente enquanto companheiro de brincadeiras de Thomas Koch, o herdeiro da fortuna da família, mais tarde enquanto zelador da mansão de férias em Corfu, embora sempre sujeito aos caprichos da família. Certa noite, porém, Konrad pega acidentalmente fogo à mansão, reduzindo-a a cinzas. A princípio, atribui-se a causa desse incidente ao seu alcoolismo, mas os esquecimentos de Konrad sucedem-se.
São os primeiros sintomas de um mal misterioso, que trará consigo consequências perturbadoras. No entanto, à medida que a memória recente de Konrad se vai esvaindo, as recordações que muitos esperavam estar soterradas vão ressurgindo pouco a pouco… A doença de Alzheimer instala-se, ameaçando pôr a descoberto segredos guardados a sete chaves.
Neste final do mês, duas novidades da Planeta Manuscrito chamam muito a atenção. Um novo livro de Juliette Benzoni e um Kamasutra baseado nos livros mais vendidos em Portugal no ano passado não deixarão de atrair o público com as suas temáticas provocadoras e nomes sonantes.
Na Cama dos Reis - Noites de Núpcias (Juliette Benzoni)
Este livro conduz-nos por noites secretas e nunca reveladas e que, por vezes, mudaram o curso da História.
Noites dos Grandes. Mas talvez também as nossas. Todos podemos reencontrar as nossas experiências e confrontar as nossas decepções e sonhos. Muito já se publicou sobre o casamento. Mas pouco, ou quase nada, sobre os momentos íntimos no segredo das alcovas depois das cerimónias oficiais.
Juliette Benzoni, historiadora e romancista, soube encontrar o fio condutor dos escritos e memórias de várias personagens da História, desde noites de núpcias de deuses, de reis a príncipes. Noites grandiosas de Alexandre, o Grande, noites resignadas de Luís XVI, noites reticentes, noites de lágrimas, noites estranhas, noites entusiastas e desesperadas. Noites dramáticas, da tenda de Átila, o Huno ao quarto de Mayerling, que terminam em amor ou ódio instilados no sangue.
Depois do sucesso de Mataram a Rainha! e O Quarto do Rei, chega agora o terceiro livro, editado pela Planeta, de Juliette Benzoni, considerada uma figura de primeiro plano no romance histórico do século XIX, tendo vários livros convertidos em séries televisivas e em filmes.
O Kamasutra de Grey (Laura Elias)
Quem leu As Cinquenta Sombras de Grey, já se perguntou como seria fazer jogos de poder sensuais no quarto… mas não sabe por onde começar.
Este é o livro que vai orientar o seu prazer.
Uma viagem sensual, a preto e branco, que pormenoriza cinquenta noites extraordinariamente sensuais e ousadas.
Apimentadas com cinquenta ilustrações atrevidas e uma mão-cheia de conselhos práticos para qualquer casal poder começar a tentar… hoje à noite.
O Kamasutra de Grey está escrito em forma de diário, com convincentes histórias eróticas, sendo as cinquenta posições descritas extraídas da trilogia original.
Francisco Serrano, jornalista e colaborador da Oxford Business Group, apresenta a realidade complicada que se tem seguido à Primavera Árabe, período durante o qual viajou entre Argel e o Cairo.
O jornalista viveu em Jeddah, Tunes e Casablanca entre 2008 e 2010, além de ter feito a cobertura sobre o período da revolução no Egipto, o partido islamita na Tunísia, as primeiras eleições depois da queda de Ben Ali, a guerra na Líbia e o Egipto pós revolucionário.
O livro terá a sua apresentação no dia 29 de Janeiro (18h30) na Livraria Buchholz, com a presença de Luís Amado, ex-ministro dos Negócios Estrangeiros.
A Captura de Abdel Karim (Francisco Serrano)
“ Encontrei violência e ,acima de tudo, o absurdo da distribuição. Vi mortos, mas os vivos estavam sempre em pior estado, e, em cada um deles , a insurreição. Imaginei este livro como um retrato do autoritarismo estatal, mas acabei imerso na instabilidade da sua queda.”
Relatos de uma viagem pelo Norte de África
A Captura de Abdel Karim é uma grande reportagem pelo Norte de África.
Quatro capítulos, quatro países: Argélia, Tunísia, Líbia pós-Kadhafi e Egito, numa época marcada, após a queda dos regimes ditatoriais, pelas convulsões revolucionárias.
Por onde passa, o autor devolve-nos o panorama geral da cultura, dos povos, da História colonial passada e atual de uma região em recente revolução nunca esquecendo que a história é feita de vidas das pessoas que assistem à mudança.
Francisco Serrano explora locais inusitados, pouco conhecidos, fala com autoridades e com anónimos, acrescentando uma dimensão mais crível e real dos factos. Questões como a influência e interesses do Ocidente, bem como a complexa situação do Afeganistão.
Neste constante jogo entre passado-presente-futuro e nesta narrativa, com um certo contorno intimista, um ocidental de olhar imparcial informa, relata e perspectiva um futuro, sem nunca impor a sua visão ao leitor, mas convidando-o a refletir sem ideias preconcebidas.
O livro faz-se da viagem; a viagem, da cultura e esta, das pessoas que vivem nestas páginas e que aqui se encontram com o leitor.
Além dos três livros já aqui anunciados, no próximo dia 24 de Janeiro, a Clube do Autor igualmente o livro vencedor do Premio Portugal Telecom de Literatura 2011, Passageiro do fim do dia.
Capa original da edição da Companhia das Letras
(capa nacional definitiva ainda por revelar)
Passageiro do fim do dia (Rubens Figueiredo)
O romance vencedor do prestigiado Prémio PT Literatura 2011 é um livro sobre várias viagens. A primeira começa quando Pedro, o passageiro do fim do dia, apanha o autocarro do centro da cidade rumo à periferia para ir ter com a namorada. É hora de ponta e a viagem demora. Dá tempo para ler e também para deixar correr os pensamentos.
Pedro é um observador. Uma pequena cicatriz no cotovelo do homem que está sentado à sua frente, ou o longo suspirar da mulher que segue ali ao lado, são pequenos detalhes que (nos) prendem a atenção e fazem voar, para logo regressar(mos) ao livro de Darwin e às notícias da economia que Pedro ouve no pequeno rádio a pilhas.
Observando o que se passa dentro do autocarro, e também na rua, Pedro é, terminada a viagem, um homem diferente, alguém mais atento às desigualdades sociais, mais conhecedor e mais crítico.
O passageiro do fim do dia é por isso literatura, sociologia e política. Numa alegoria plena dos dramas urbanos contemporâneos, Rubens Figueiredo oferece ao leitor um retrato do Brasil atual, desigual, fervilhante, e uma história que revela a beleza delicada de uma escrita sobre a periferia pobre da cidade grande: uma espécie de panela de pressão de violência e de crueza no fundo de verdade que é o osso da vida.
Deixo-vos, além do booktrailer, os belos parágrafos de abertura do livro, para lhe apanharem o gosto!
Não ver, não entender e até não sentir. E tudo isso sem chegar a ser um idiota e muito menos um louco aos olhos das pessoas. Um distraído, de certo modo — e até meio sem querer. O que também ajudava. Motivo de gozação para uns, de afeição para outros, ali estava uma qualidade que, quase aos trinta anos, ele já podia confundir com o que era — aos olhos das pessoas. Só que não bastava. Por mais distraído que fosse, ainda era preciso buscar distrações.
Pedro abriu com a unha a tampinha da parte de trás do rádio minúsculo e trocou a pilha. A música foi devolvida, tão forte quanto os chiados e mais alta do que os barulhos da rua. Ele tinha enfiado os fones nos ouvidos. Estava de pé, num fim de tarde, colhido numa diagonal rasante por um sol cor de brasa que se recusava a ir embora e se negava a refrescar. Um sol quase colado à sua testa e também à testa de todos os outros, que se mantinham em ordem numa fila, à espera do ônibus no ponto final.
Não havia nada entre o sol e as cabeças de todos ali, a não ser a parte mais alta do poste de concreto e os fios bambos de eletricidade ou de telefone, que lá em cima irradiavam para os dois lados numa simetria de costelas. A sombra da fila, estendida quase ao máximo sobre a calçada, era a única sombra. A demora do ônibus, o bafo de urina e de lixo, a calçada feita de buracos e poças, o asfalto ardente com borrões azuis de óleo, quase a ponto de fumegar — Pedro já estava até habituado. Não são os mimados, mas sim os adaptados que vão sobreviver.
Pensando bem, não era tanto uma questão de hábito nem de mimos. Acontece que toda hora é hora de avançar na escala evolutiva, subir mais um degrau. É mesmo impossível ficar parado e, qualquer que seja a direção em que as pernas começam a andar, o chão logo toma a forma de uma escada. Além do mais, é preciso reconhecer: sem mal‑estar, sem adversidade, sem um castigo sequer, como se pode esperar que haja alguma adaptação?
A Clube do Autor começa o ano apostando em alguns dos seus grandes trunfos.
O regresso dos thrillers de David Baldacci, a escolha de José Eduardo Agualusa para a colecção "Os Livros da Minha Vida" e a reedição (e recapagem) de Os Ingredientes Secretos da Felicidade.
Os Inocentes (David Baldacci)
Depois de uma missão que o leva da Europa à América, Will Robie regressa ao palco maior da política internacional com o objetivo de eliminar os inimigos suspeitos da paz mundial.
Denise Tamaron, funcionária pública e mãe de dois filhos, é o próximo alvo a abater. Mas Robie não é capaz de puxar o gatilho. Denise parece-lhe uma vítima improvável, e por que razão representa ela uma ameaça?
Tendo falhado a missão, Robie põe-se rapidamente em fuga. E não é o único. Ao fugir da cena do crime, Robie cruza-se com uma adolescente em fuga de um lar adotivo. Mas Julie não é uma jovem comum — os pais foram assassinados e a sua vida está em perigo e é por isso que Robie decide ajudá-la a descobrir a verdade acerca dos pais.
Só que à medida que Robie investiga o passado da jovem, mais convencido fica de que ela é o centro de uma conspiração que atinge as mais altas esferas do poder... E por isso, desta vez, Robie vai ter de trabalhar em equipa para poder salvar a vida de ambos.
Os Inocentes é um livro viciante — cenas repletas de ação, personagens dinâmicas e complexas e a dose certa de sedução e mistério — que, no final, vai deixar o leitor a questionar os seus próprios valores. Ora confirme.
Os Maias (Eça de Queirós)
«Há livros que nos transformam. Os Maias arrastou-me para a escrita. Tornei-me escritor por contágio, deslumbrado com a possibilidade de produzir luz e emoções. (…) A passagem dos anos apenas acrescentou interesse à obra.» José Eduardo Agualusa in Prefácio Os Maias é o novo e o quinto título da coleção «Os Livros da Minha Vida». Esta é uma coleção que visa destacar alguns dos livros que ao longo dos séculos marcaram a sua época, entraram para a História da Literatura e, por qualquer razão, se tornaram especiais para determinada personalidade pública. José Eduardo Agualusa vem assim juntar-se a Teresa Patrício Gouveia (Mrs. Dalloway), Francisco Pinto Balsemão (O Grande Gastby), Miguel Sousa Tavares (A Ilha do Tesouro) e Eduardo Marçal Grilo (O Corsário Negro). Eça de Queirós publicou Os Maias, considerada a maior obra do autor e um dos grandes clássicos da literatura portuguesa, em 1888, onde conta a história de uma família (Maia) ao longo de três gerações. É através desse romance que Eça compõe um retrato mordaz e acutilante do Portugal da época, centrado na visão da alta sociedade lisboeta. Inovador no estilo e na técnica narrativa, Os Maias é o livro mais ambicioso de Eça, que o considerou a sua obra-prima. Eça de Queirós é considerado um dos maiores romancistas da literatura portuguesa, o primeiro e principal escritor realista português, renovador profundo da prosa literária nacional.
«Um romance sobre comida, família e recordações, marcado pela ternura.» Library Journal «Uma história inteligente e sensível.» USA Today «Melissa Senate aborda o tema do amor e das recordações de uma forma envolvente, salientando a importância do conforto proporcionado pela comida.» Publisher’s Weekly
Os ingredientes secretos da felicidade (Melissa Senate)
Holly é a protagonista da história, uma história que sabe a tiramisu, esparguete à bolonhesa e lasanha e queijo ricota. E não, não se passa em Itália. É em Blue Crab Island, terra onde Camilla tem um afamado restaurante e dá aulas de culinária, que tudo acontece.
Pouco depois de chegar a esse lugar especial da sua infância, Holly perde a avó e herda a famosa escola Camilla’s Cuccinota onde acaba por encontrar consolo e descobrir um novo talento. Através das receitas especiais da avó, que incluem sempre a adição de um desejo ou a evocação de uma memória, Holly vai criando a sua própria receita para a felicidade, uma receita temperada com muita esperança, perdão, amizade e, por fim, generosamente polvilhada de amor.
No próximo dia 26, a Esfera do Caos fará no Porto a apresentação de uma das suas novidades deste mês de Janeiro, o livro infantil de Miguel Almeida, Aprenducar com a Mãe Natureza.
Na mesma ocasião, as colectâneas de poesia organizadas, também, por Miguel Almeida - certamente, um dos mais prolíferos autores da editora - serão apresentadas pelos vários autores escolhidos para nelas figurarem.
Uma bora oportunidade para ouvir as palavras por quem as melhor conhece e mais as sente!